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Mestre Assis Calixto visita o Projeto SerTão Artista e Cultural
O Mestre do Samba de Coco Raízes de Arcoverde e o Projeto Passo Virado falam sobre cordel e samba de coco para os participantes



Nesta quinta-feira, 23, participantes do Projeto SerTão Artista e Cultural e alunos do 4º e 5º ano da Pax Christi Rural puderam conhecer o Patrimônio Vivo de Pernambuco: Mestre Assis Calixto, do Samba de Coco Raízes de Arcoverde. Como parte do calendário de atividades do projeto, a oficina de Literatura de Cordel proporcionou o encontro dos alunos com o mestre, em uma manhã de muita arte e aprendizado.

 O Mestre Assis contou aos participantes sobre o surgimento do samba de coco na cidade de Arcoverde e os mestres que o antecederam nessa tradição. Nomes como Lula Calixto, seu irmão e um dos fundadores do Coco Raízes de Arcoverde, e Ivo Lopes, da família do Coco das Irmãs Lopes, foram citados. Ele também compartilhou um pouco sobre sua história de vida e como artista.

Juntamente com o mestre, estavam Wanessa e Janaína, do Projeto Passo Virado e autoras do cordel A Oficina Desperta. Além disso, elas foram responsáveis por conduzir o processo de defesa do título de Patrimônio Vivo de Pernambuco para Mestre Assis, em julho deste ano.

Wanessa falou sobre a ideia da produção do cordel. “A gente conheceu a exposição 'A Certeza e o Brinquedo' (que esteve em cartaz no Sesc Arcoverde em 2018) e ficou encantada com a oficina dele, que chama 'Tudo Dá Certo', percebendo que tinha uma coisa lá, um encantamento, alguma coisa diferente e entendeu mais ou menos o que que tinha lá dentro e escreveu aqui (no cordel)”, explica.

Janaina completou a história: “A gente tava trabalhando com o mestre e tava chegando o aniversário dele, quando nos questionamos: ‘O que que a gente vai dar de aniversário pro mestre? Ele já faz um tanto de bicho legal, de brinquedo legal, já faz música. O que a gente vai fazer pra ele?’ A gente resolveu fazer uma poesia, a gente fez o cordel 'A Oficina Desperta' como presente”, relembra.

Durante a conversa, uma participante questionou como foi que elas começaram a escrever poesia. Janaína explicou que “cada uma (ela e Wanessa) já escrevia poesia, porque gostava de ler poesia e gosta de poesia. Acho que esse é o único requisito pra fazer uma poesia: você precisa gostar, você precisa ler também outras poesias. Só que o cordel, que é muito específico, teve que parar para estudar como se faz um, quais são as regras dele, como que rima, quantos versos tem que ter.” O mestre completa: “O cordel é você quem cria com a sua mentalidade, vem na sua mente alguma coisa que você quer escrever e começa por ali”. A oficineira do projeto, Iara Kíria, salientou para os alunos que “a literatura de cordel não é simplesmente a poesia, mas também história”. 

Após as explanações e perguntas, foi feita a leitura coletiva do cordel por alguns dos alunos da turma. No final do encontro, as crianças fizeram uma surpresa para o Mestre. Em coro e acompanhado de palmas, cantaram a música “Andrelina”, da autoria de Assis Calixto e conhecida mundo afora.

No fim da visita, as autoras deixaram alguns exemplares na Biblioteca Notre Dame para leitura e estudo dos participantes do projeto e para toda a comunidade.