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‘A Fundação Terra não é um meio de vida, é um meio de mudança‘



A dona de casa Maria de Fátima Oliveira, de 54 anos, lembra bem de quando o Padre Airton chegou à antiga Rua do Lixo, em setembro de 1984. “Branca”, como é conhecida, diz que o padre ficou impressionado com o que viu e voltou uma semana depois para celebrar uma missa, embaixo de uma árvore. Nessa ocasião, uma criança chorava copiosamente pedindo uma bolacha a ele, o que na verdade era uma hóstia, deixando-o bastante comovido. O padre se mudou e foi morar com a comunidade. Ganhou um terreno que, posteriormente, virou um lar dos idosos.

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A comunidade começou a respirar novos ares, plantando e colhendo hortas para vendas e doações. “Branca” recorda que o sonho do padre era construir um salão para abrigar crianças, tirando-as do lixão. Isso possibilitaria que os pais e as mães pudessem trabalhar. E, assim, aconteceu. Ela lembra de um momento que ficou marcado na sua história: o Padre doou sua única "roupa de saco" para enterrar o marido dela. Hoje, depois de tantos desafios, todos os filhos são formados, um orgulho para a família. Para ela, a Fundação Terra não é um meio de vida, é um meio de mudança, é um meio de oportunidades. “Não tem preço, apenas gratidão”.