“Existe um fascínio junto ao qual reside um sentido para viver, e, mesmo nas crises ou dificuldades, se é por ele instado a querer vencer. Existe um fascínio que entorpece, embrutece, enfraquece e não deixa ver. A questão está em que tu possas discernir e, depois, optar por qual tipo de fascínio, em tua vida, haverás de te orientar. Considera, a partir do exposto, se alguém viesse te perguntar: “O que fascina o teu olhar? Que (in)adequação, na vida, percebes estar a acontecer?” Se um crescimento, apesar de certa cota de sofrimento, não estiver acontecendo, impertinente é tudo o que estás vivendo. A inadequação, a partir de um inaugural momento, traz consigo uma matriz de ilusão, com ou sem sofrimento. Quando se quer nisto enganar a si mesmo, há riscos de variadas maneiras. A saída está em optar pela verdade. Considera estes pontos em questão neste primeiro exemplo: o que remete ao coração pode não ter, na mente, repercussão, pois o coração pode dizer sim e a mente dizer não. No segundo exemplo: pode também acontecer, inversamente, que se venha a saber de que ponto se trate, precisamente, mas o coração não participe deste momento. Assim, serás levado a uma divisão que resultará em que fiques aquém ou além do que como meta estabeleceste. Como provação ou como (des)equilíbrio, pela descontinuidade de momentos, poderás compreender tal acontecimento. Todavia, o que se aprova, após a provação, é o que fica da verdade. Isto garante continuidade e torna possível ser efetivado o que resulta em permanente sentido. Reforço: o que dá sentido vem pela superação de limites – estes que, na humana condição, todos experimentamos – se o amor aí estiver presente.” (Pe. Airton Freire)