“Se tu te propuseres a chegar a algum lugar sozinho, isolado, jamais poderás realizar, nas melhores intenções, o objetivo de conhecer e viver um bem partilhado. Embora, quanto a isto, a decisão seja tua, só a partilha há de enriquecer-te, fortalecer-te e estabelecer-te no ponto de superar-te em uma fraqueza tua. Na relação a dois, por exemplo, tu poderás dizer: “Os pontos que em mim forem falhos, tu poderás me levar a esclarecer e fortalecer. E os pontos que em ti forem deficientes, eu poderei, de minha parte, ajudar-te a vencer”. Nos limites e nas potencialidades que experimentamos, nós poderemos vencer e executar um projeto em que tanto tu quanto eu acreditemos e, mesmo quando enfraquecidos, nele ainda possamos crer. Mas, se permanecermos isolados, cada um vivendo por seu lado, deixando um projeto em comum à revelia, haveremos de trocar a noite pelo dia e separados viveremos, mesmo estando lado a lado, como de não raro vem acontecendo. A necessidade de superação se faz presente, exatamente, a partir do limite experimentado, quando se partilham nós em ocasiões em que esbarramos em algo e não podemos ir em frente. Por isso, a proposta que te faço é de não vivermos isolados, mas de partilharmos as nossas fraquezas e potencialidades, como condição de revigorarmos o antigo projeto novamente e, se isso vier a acontecer, razão terás tu, também terei eu, para desatarmos os nossos nós e recuperarmos, como havia antes, a alegria de viver. Isso eu te proponho. Não é tão somente um sonho; é um projeto de vida, uma forma de ser, de estar, um jeito de viver.” (Pe. Airton Freire)