Único é o por de sol, visão que se tem desse recanto de taipa,
No final de cada dia.
Desde tempos imemoráveis, um dia ao outro sucede,
Numa sequência que me diz haver, para todo o ser que vive,
Uma nova oportunidade para que se cumpra o fim para o qual tudo foi criado.
Nessa tarde, sentado aqui nesse tamborete, em frente dessa casinha,
aprofundo meu pensamento acerca do que me fala este momento e assim
escrevo:
Existe uma mutação permanente no interior desta realidade da qual todos nós
Às vezes bem, às vezes malsucedido dá-se tal constante mutação.
Saúde, doenças, boas e más formações (psíquica e fisicamente) são
manifestações da insuficiência de todo o limite dessa nossa condição.
A natureza, interna e externamente, está mergulhada em um processo de
maturação permanentemente. Disso participam incontáveis elementos que,
quando bem conjugados, resultam em aprimoramentos.
Ter disso conhecimento ajuda a entender o sentido de tudo o quanto se vive,
mesmo em meio ao contraditório de muitos atuais e posteriores momentos
Repito: existe uma insuficiência na natureza, dentro e fora da gente.
Há um limite que nos acompanha. Limitados e insuficientes somos, portanto.
Isso experimentamos frequentemente!
Mas, agora, o dia despede-se, convidando os seres da criação para o repouso da noite
Eu paro e, outra vez, entro em preces por aqueles com quem tenho convivido ao
longo das horas em claro.
A noite, como um manto, chega.
As horas se passam…
Ainda estou na capela
Recolho-me já sendo quase de manhã.
Pe. Airton Freire