“Há certas coisas que fascinam e que nos ensinam como devemos, na vida, proceder. Há fascínios que cegam, entorpecem, não deixam claramente ver. O que fascina facilmente ensina a ganhar ou a perder, a depender de por qual ângulo se olha, do lugar de onde se vê. Existe um fascínio que nos leva a nos encantar e, por causa dele, mesmo nas crises, dificuldades múltiplas ultrapassar. Há um outro, contudo, que não permite enxergar. Dados de realidade, ele pode obliterar. Fascínios ensinam, animam, cegam, obliteram. Há que se discernir. Nem todos os dados são, de per si, visíveis em sua veracidade. Há que se perceber o que cega e o que nos faz ver e faz querer vencer. Há um fascínio que leva a um avassalamento, a um não saber mais de si, criando o espaço da ilusão. Precipita quem lhe estiver assujeitado a tomar intempestivas decisões. Fascínios existem que nos levam a nos encantar e, mesmo no que for difícil, vêm com a certeza de que se haverá de triunfar. Esse fascínio, mesmo na provação, não faz morrer, dissipa a ânsia, acalenta a esperança, faz crescer. O que fascina o olhar há de ter, na vida, adequação. Do contrário, é ilusão, dunas no deserto, em permanente mutação. O que leva dos limites à superação fascina a querer viver. Enxerga perto, apesar de longe, clara visão que o olhar abrange. Novo estilo de ser e de viver.” (Pe. Airton Freire)