“Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei de tua face?” (Sl 139,7)
Não fujas de querer construir o que depende de ti, pois forças contrárias poderão se levantar, interceptar e até destruir o que tiveres feito até ali. Tu não podes fingir que não queres ver o ponto onde és mais frágil. Se assim tens procedido, dás margens, amplamente, ao que poderá te perder. Isto é possível, neste exato momento, ainda reverter? Dificuldades sempre na vida haverás de ter. Terás, em qualquer situação, de administrá-las. Resolvido algo aqui, outra coisa precisarás resolver lá. A tua paz, por nenhuma dessas coisas, pode se perder. Aliás, a paz, nas tuas moradas, é a melhor parte que há de ser preservada, é o que de melhor trazes em ti. Mas não finjas não querer ver, já que tiveste condições de saber como fazer; pior seria se não soubesses e pego fosses de surpresa, em consequências que, agora, não terias, totalmente, como prever. Toma, portanto, posição: administra-te, primeiramente, com equilíbrio e toma uma firme, mas serena decisão. Se for para acontecer, cria as condições para que, em acontecendo, venha a permanecer. Se não for para acontecer, não vale a pena alimentar. Desgastes desnecessários alimentarias, e, afinal de contas, vindo a viver à revelia, em que isto, ainda mais, haveria de resultar? Sobre isso, convém pensar.
Não fujas nem finjas. Há coisas com as quais, neste momento, tu podes contar, e há coisas que, querendo com elas contar, sendo fugidias como são, não te dariam (como não darão) a oportunidade de avançar. Ao contrário, a obra que tens a realizar retardada seria, como outras vezes ocorrera. E, se não tomares o posicionamento seguro, no indevido, tudo isto resultará.
Volto a repetir: não queiras fugir, não queiras fingir. As tuas moradas são o espaço do que melhor há em ti.
Pe. Airton Freire