“Aquele que ama encontra uma razão para viver, motivo para lutar e vencer. Pois não lhe faria sentido viver só por viver, vencer só por vencer, como se nada mais restasse, depois, por se fazer. Primeiramente, vencem suas próprias resistências a amar, lançando-as por terra. Pois, no amor, grande verdade se encerra: o amor tanto traz paz quanto guerra. Superar-se, no amor, é preciso. Sentido há quando se torna um o que, antes, houvera estado dividido. Luta renhida, aí, há de se travar. Antes da paz, luta haverá. Aquele que ama se aproxima da origem de todo amor. Aquele que ama saberá viver com equilíbrio e destemor. Pela intensidade com que se ama, o tempo será contado. Há nisso valor. Os que não amam estão desencontrados. Porém, vindo a amar, paga-se certa quota de aflição, pois o amor, fazendo no coração entrada, revela o que se estiver vivendo intensamente e o que, no mais íntimo, estiver acontecendo. O amor é de Deus sua maior expressão; não dá trégua ao mal e espanta a solidão. Impossível conhecer a Deus sem amar. Impossível é amar sem conhecê-lo. Amar também tem outro nome: zelo. Zelar é cuidar, reparar, acompanhar, velar, interessar-se por… maneiras diversas de se falar de amor. Os que amam estão salvos da morte. Prostram-na por um só golpe. Esta será sua sorte. Nascido para amar, não vindo tal fim a se realizar, felicidade alguma em tempo algum haverá. O amor nos livra do precipício. Arranca todo erro, todo vício. Esse é seu ofício. Inconclusa sua obra estará enquanto o último dos seus amados resgatado não vier a estar.” (Pe. Airton Freire)