Saí de minha casa quando a noite deste sábado santo havia chegado.
Ainda repercutiam em mim as impressões da sexta-feira santa, na noite passada.
Com a cruz caminhamos pela rua do lixo.
Uma multidão nos acompanhava.
O povo de Deus celebrava o mistério da morte;
A vida triunfava.
Esse é o sentido das celebrações de ontem e de hoje,
Tão intimamente ligadas.
Com pequenos pontos luz que enchiam toda a Capela,
O povo exultava: Sim! Ele ressuscitou. A esperança voltou.
Mais forte que a morte é o Amor.
Eu caminha com o círio Pascal em meio ao povo que, contrito,
Cantava e rezava o “exulte” (canto de alegria pela Luz, que é Cristo, Aquele que
nos trouxe, por sua fidelidade até a morte, nossa carta de alforria).
Bonita e cheia de símbolos a celebração.
Depois de 150 minutos de celebração, quase meia noite,
Voltamos para casa.
Estava de volta à minha casa de Taipa.
Luminosa Capela, sim, luminosa,
Aquela de Taipa,
Onde passei o resto da noite.
Quando nos despedimos,
Novo dia começava.
(Pe. Airton Freire)