Dois potes de água que estão em minha casa
Fazem-me, de constante, pensar que tenho, na vida,
Sempre, duas possibilidades,
Uma concernente à mente; a outra, ao coração.
Tenho sempre, diante de mim que fazer escolhas
Entre “lavar os pés” – dos mais pobres, meus irmãos
Ou “lavar as mãos” – total omissão quanto à missão.
Dois potes, ali estão.
Ambos possuem água.
A que destinam, como serão utilizados… eis a questão.
Isto faz a diferença para quem, de constante, é instado a dar uma resposta adequada pelos resultados alcançados.
Na vida, temos de fazer opções.
Concluo que viver é enfrentar risco, é posicionar-se, é ser interpelado.
Diante de mim, como ponto de orientação, tenho a figura de Jesus:
Antes de celebrar o mistério da vida, na última refeição,
Jesus curvou-se, pôs uma toalha e lavou os pês de seus amados.
Em presença de muitos, horas depois, já sendo julgado,
Pilatos “lavou as mãos” desinteressando-se, a partir dali, por aquele caso.
Repito: na vida, temos de fazer opções.
Em minha casa de taipa, há dois potes.
Os dois ficam ao lado do fogão de barro.
Pe. Airton Freire