“Aqueles que buscam viver com simplicidade renunciam a toda e qualquer forma de superficialidade. Aqueles que levam a vida simples sabem viver o momento de agora, sabem apreciar o desenrolar das horas. A vida simples é contra a solidão, contra tudo o que for ostentação. A vida simples é uma forma de ser, é simples na maneira de crer na forma de querer, na forma de expressar-se, expressar seu ser. Aqueles que querem viver a vida simples buscam viver a solidariedade e a vida que de graça receberam é, no pão, com simplicidade, alimentada. Profunda comunicabilidade: no convívio fraterno, na partilha da palavra e do pão, a vida simples se alimenta e faz de estranhos irmãos. Aqueles que vivem a vida simples descobrem que não é do acúmulo, mas do despojamento, que pulsa a fonte de seu enriquecimento; que tanto o corpo quanto a alma passam por burilamento, ao longo de um trajeto, constantemente. Descobrem, assim, razões para mais e melhor viver, para se entreter, para melhor conviver, para mais ser e menos preocupado ser com o muito ter. A vida simples sabe dar-se a conhecer, tanto quanto sabe resguardar-se do querer só por querer. A vida simples não mente o que sente. Equilibra e torna equilibrados coração e mente. Não vive sob o domínio da paixão, tampouco sob a tirania da razão. Vive, simplesmente, o equilíbrio. Busca no essencial a sua mais intensa e principal satisfação. A vida simples, por si mesma, ensina.”
Pe. Airton Freire
(Texto do Livro “Vida Simples”)