Nem sempre aquilo que tu dizes “deve” é um comando inevitável que terei de executar. Se disseres “deve”, eu pensarei se é possível. Se tu disseres “vai” eu penso: se não queres, através de mim, que eu vá contigo. Se quando tu dizes “ amo”, considero, primeiramente, que tu amas em mim mais do que a mim. Se tu me queres como suporte, como aporte do que, de freqüente, não consegues falar, eu me pergunto: por que isto tem que continuar? Por isso, é preciso prestar atenção onde o querer não coincide com o desejar e onde o querer e o desejar de mãos dadas podem estar; do contrário, nós nos enfrentaremos, embora nos amando e, mesmo nos querendo, não nos entenderemos.
Pe. Airton Freire
(Texto do Livro “Querer e Desejar”)