“Em tempo de aridez, nossa alma geme e sofre e, com gemidos inexprimíveis, busca a água que possa lhe saciar a sede, como a terra seca precisa de água no sertão. O prolongamento da estiagem é momento que faz sofrer. Sofre quem não tem e tem que ter pra dar; sofre quem, mesmo tendo, não sabe do bem e da alegria que acompanha quem partilha, quem sabe dar. Sem humilhar.
Na aridez, precisamos ser constantes; tanto quanto o temos sido, tanto quanto já o formos antes. Na aridez, setimo-nos completamente sós, embora sós nunca estejamos. E, quando a falta é, por demais sentida, quem se lembra do bem que faz não se preciptar quem considera que, assim como veio, a aridez passará?”
Pe. Airton Freire
(Texto do Livro “As Quatro Estações”)