“Vemos Jesus, assim relata Mateus (caps 5-9) no sermão da montanha, pregar uma nova ordem, anunciando a chegada do Reino. Nele, os pobres se reconheciam e o seguiam. “Um grande profeta surgiu entre nós; Deus olhou para o seu povo”, se dizia (Lc 7, 16). Quando interrogado pelos discípulos de João, ele anunciou: “os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, o Evangelho é anunciado aos pobres…” (Mt 11, 5). E na Sinagoga de Cafarnaum, lendo o profeta Isaias (61, 1-3). Lá estava escrito: “o Espírito do Senhor está sobre mim e Ele me consagrou para enviar a boa nova aos pobres, para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor!” Ele completou dizendo: “tudo o que acabo de dizer, acaba de ser cumprido” (Lc 4, 18-19).
Como um pastor cuida de seu rebanho, o Senhor tinha zelo pelos seus. Dizia ser esta a vontade do Pai: “que não se perca nenhum daqueles que o Pai lhe havia dado” (Lc 6, 38). Ele ensinava que, quando se orasse, que se pedisse a vinda do Reino e que se fizesse sua vontade na terra, “ assim como ela se faz nos céus” (Mt 6:10; cf. Lc 11:2).
Usou, muitas vezes, parábolas para se comunicar com o povo que o acompanhava, explicando-lhes o Reino. Dizia ser ele como a semente que pode ser arrebatada, sufocada por ervas daninhas, ou crescer e amadurecer e produzir uma boa colheita (Mt 13, 3-9, 18-30, 36-43; cf. Mc 4, 3-20; Lc 8, 4-15). O reino de Deus coexiste com o mal. O reino, como o grão de mostarda (Mt 13, 31-32; cf. Mc 4, 30-32) e como o fermento, cresce de algo pequeno e se torna uma grande obra em todo o mundo (Mt 13, 33; cf. Lc 13, 0-21). Também é como um tesouro escondido num campo (Mt 13, 44) e uma pérola excelente (versículo 45), que vale todo o esforço de obtê-la. O reino é como uma rede que pesca tanto peixes bons como ruins (versículos 47-50). “
Pe. Airton Freire
(Texto do Livro “Aos Formadores da Terra”)