“Há perdas que chegam e nos dão sinais de chegada e o coração fica como que de sobreaviso. Há perdas necessárias como folhas que se renovam no outono e que, caídas à terra, em adubo transformar-se-ão e para este fim servirão.
Há aqueles que se perdem por não querer perder e há aqueles que por querer sempre ganhar fazem do ganho uma forma de perder. Há os que, ainda, uma vez ganhando, nos ganhos se reconhecem, dos valores pessoais se esquecem, como plantas que, mal surgem, logo fenecem. Porque ganhar pode ser também uma forma de perder. Há outros que fazem de ganhos uma forma de, novamente, vir a crescer, sabendo que em todo aquele que ganha existe pelos menos a possibilidade de que esses ganhos possam vir a se perder.”
Pe. Airton Freire
(Texto do Livro “Perdas”)