Extrato:
“Não é justo atribuir a Deus uma injustiça humana cometida contra Jesus; Jesus era inocente de sua morte, pois “passou pela vida fazendo o bem” (At 10,38). Não era vontade de Deus ver o Filho crucificado e de forma tão cruel. Enviando-o ao mundo, uma natureza humana como a nossa o Pai lhe deu, para que, “sem renunciar à sua condição divina” (Fl 2,6), vivesse em tudo como nós e tendo vivido na carne o que vivemos, ele se tornou“ capaz de se compadecer de nossa fraqueza”; (He 4,15) pois, assim como Pai, com que ele “é um só” (Jo 17,22) ele “ conhece a nossa estrutura e se lembra do pó que somos nós” (Sl 102/103,14). Enfim, “entrando no mundo, diz: “Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste” (He 10,5). Desejou Jesus e assim o fez, que o seu amor por toda a humanidade chegasse a todos mediante sua doação ao Pai. Por seu “corpo dado” (Lc 22,19) Deus selou seu compromisso definitivo com “todos os homens, para o perdão dos pecados” (Mt 26,28). “Deus conosco” [1], definitivamente, veio para nós e “assumiu nossas dores [2]. Na encarnação de seu Filho Deus revela seu sim aos homens e isto foi irrevogável”
[1] Emmanuel ou Imanu’el, em hebraico עִמָּנוּאֵל, “Deus conosco”.
[2] “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si” (Is 53,4)
(Pe. Airton Freire, Livro “Vicária?”)