“Eu preciso fazer uma parada para avaliar, até porque nas paradas eu posso me alimentar. É preciso haver um intervalo, antes de novamente o pé ou os pés na estrada colocar, ao contrário de quem estivesse sempre a caminhar, sempre a trabalhar, sem pensar nem ao menos no sentido do que faz. E aquele que só faz, não se satisfaz. Aquele que só tem a fazer tem grandes riscos de vir a ser perder. Por isso, as paradas são necessárias. Há risco para alguns de parar e não querer continuar; há risco também para outros que só querem ir em frente, sem intervalo para o faz ou traz em mente. Tanto para uns quanto para outros há risco de perdas; tanto para uns como para outros a caminhada poderá, desde a partida ao seu objetivo, vir a se estragar e aquilo que tiver sido pensado, desejado, não vir a se alcançar. É preciso fazer paradas. É preciso que certos princípios, colocados na partida, sejam renovados para que, até à chegada, eles não tenham sido largados. Perdas acontecem, lembra-te, entre o anoitecer e o amanhecer, muita coisa acontece; entre o pensar e o executar, muita coisa pode se passar; entre a espera e a chegada, muita coisa pode ser alcançada, muita coisa pode também ser deixada. Por isso, é preciso que até os princípios que trazias contigo na largada sejam renovados, para que se faça com mais sentido a caminhada; e se estiveres, na verdade, cansado; se, na verdade, teu corpo estiver tombado, tua alma estiver sem orientação, busca, na verdade, um ponto de parada, onde possas te restabelecer, mas não fiques demasiadamente parado, porque isso pode trazer consigo um desgaste maior, o de não querer vencer.” (Pe. Airton Freire)