Primeira Leitura (At 15,22-31); Responsório (Sl 56); Evangelho (Jo 15,12-17)
“O lugar por nós, hoje, ocupado não deriva, tão só, de nossa pessoal vontade. O lugar que nós ocupamos, hoje, passou por um discernimento a fim de descobrir, afinal de contas, se essa nossa vontade havia sido, antes, a expressão de um chamamento.
Se fomos escolhidos, chamados e tocados e, um dia, sentindo isto, demos uma resposta para que este desígnio anterior ao nosso querer fosse realizado, podemos, então, dizer como disse o Senhor Jesus: Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi, vos designei, vos nomeei (cf. Jo 15, 16).
No núcleo, no cerne da nossa espiritualidade, está o chamado e, de nossa parte, apenas num segundo momento, um discernimento para descobrir se, realmente, era do Senhor essa vontade.
Nós não nos escolhemos. Nós não nos enviamos. Nós não nos nomeamos. Tudo isto é o Pai que, através do Filho, pensou estar realizando este plano salvífico, benevolente, misericordioso, amável, e que nos envia ao amor misericordioso, sobretudo, com a parte de nossos irmãos, que é a mais fragilizada.
Não fostes vós que me escolhestes (cf. Jo 15, 16), ou também vocês não se escolheram, Eu vos amei primeiro (cf. Jo 4, 19). Isso traduziria o que o Senhor expressou: Eu vos escolhi (cf. Jo 15, 16). E disse, posteriormente: E a minha alegria é que produzais frutos, na condição de que vocês permaneçam em Mim, e Eu permanecerei em vocês e com vocês (cf. Jo 15, 16). E se vocês estiverem reunidos, eu estarei junto com vocês (cf. Mt 18, 20). E assim nós estaremos até a consumação dos séculos (cf. Mt 28, 20).
Ou seja, enquanto vida houver, haverá garantia de continuidade desse amor, desse chamado, que, através de Cristo, teve de nossa parte uma resposta adequada.
Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo.”
(Pe. Airton)