Primeira Leitura (Gn 1,1– 2,2); Salmo 103; Segunda Leitura (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18); Evangelho (Mc 16,1-7)

“E quando o tempo da espera tiver terminado; E quando dos antigos queixumes nada mais restar de tudo o que antes havia sido apresentado; E quando tu perceberes que vives um novo dia, como antes tu não conhecias; E quando tu sentires que, aos poucos ou mesmo de repente, mesmo continuando quem tu és, tu já estavas diferente; E quando, enfim, te deres conta de que de certas coisas nem mais fazes conta, como de costume acontecia; Por outro lado, passas a valorizar outros aspectos da tua vida e do teu cotidiano, como há muito não acontecia. E quando isso vier a se passar, quando isto tornar-se presente em teu cotidiano, tu irás entender que as promessas estão se iniciando a se realizar.

O que antes era, apenas, um dizer tornar-se algo vivo, na linha do acontecido contra o qual não poderás contestar, porque viverás de forma diferente, reagirás de maneira totalmente nova da forma como reagias antigamente. Teus valores começarão a mudar. Verás o mundo com o encanto do primeiro encontro, não ficarás a lamentar-te ou a esquivar-te pelos cantos, evitando de todo te mostrar. Tu terás motivos para alegria, porque a tua vida será banhada como as primeiras chuvas são pelas correntes que fecundam as terras e trazem aos agricultores alegria. Tu verás um sentido no ato de viver, de amar, de trabalhar. Tu terás motivos para ir e para voltar. Tu conhecerás um novo momento, porque, afinal de contas, estarás vivendo um novo tempo, um novo tempo que não mais te deixará.

Firmado em novo fundamento, alicerçado no que não te deixará cair, tu terás motivos grandes para viver, o que significa mais do que simplesmente existir. Tu darás, então, glórias e agradecimento por tua própria vida, a todo momento, Àquele que te propiciou tamanha mudança em teu coração e em tua mente. Louvarás o momento do encanto do primeiro encontro.

Louvarás a alegria de permanecer de constante sabendo o que queres e aonde haverás de chegar, mas o que mais te dará alegria é saber que a obra iniciada em ti, enquanto viveres, não terminará. Vive, portanto, este momento. Experimenta agora, precisamente, este acontecimento, e agradece aos céus por grandes dificuldades ou sofrimentos pelos quais já tenhas tu passado; isto é coisa do passado, ficou somente o aprendizado. A alegria de te sentires pertença de algo bem maior do que havias, antes, imaginado deixa teu coração consolado, mesmo com as marcas, as feridas de momentos passados.

Não terás mais de prantear, não precisarás mais chorar. Teu luto será transformado em alegria. O que te prendia será deixado de lado. Viverás como filho da Luz, como quem experimenta a liberdade sabendo que Ele é o primeiro interessado na Obra que, através de ti, Ele quis ver iniciada e realizada.

Agradece, portanto, Àquele que propiciou essa mudança tão intensa, motivada tão só por um grande amor. Agradece, portanto, todos os dias em que ainda haverás de viver pela grande mudança operada em tua vida, pois a graça deixou de ser promessa e tornou-se realidade viva. Vives por um sentido, vives para um tempo novo cuja centralidade é Cristo que te libertou de tuas amarras, que te concedeu a graça de superar-te nas dificuldades nas quais estavas preso por longo tempo e isto já, aos mais próximos teus, contaminava.

Vive este tempo novo que ora se inicia. Não tens mais razões para sofrimento. Não estais mais à margem nem à revelia. Vive a alegria deste encontro. Vive o novo tempo. Louva a Deus por esse encanto. Passou a noite, chegou o dia. É Páscoa, é Páscoa do Senhor.

Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo.”

(Pe. Airton)