O tempo do Advento é característico do Ocidente, que poderá ser compreendido como a vinda de Jesus entre os homens e a vinda do fim dos tempos: Jesus que vem para ser início, meio e fim. Daí, o Advento ser caracterizado como tempo de espera e de esperança. É essa mística cristã do princípio e do fim que nos faz mergulhar profundamente na liturgia.
O que seria então essa preparação?
O reconhecimento dos enfeites que faltaram durante o ano que passou. O enfeite do perdão, do discernimento, da alegria, da humildade, da reconciliação e do trabalho incansável pelos pequeninos; o tempo da leitura bíblica, do pagamento do dízimo e tantos outros enfeites que nos aproximam do tempo do Advento de forma consciente da opção que fizemos por Jesus Cristo.
A Igreja, em sua santa sabedoria, reserva-nos uma oportunidade de conversão por meio do tempo do Advento. As quatro semanas que nos separam do Natal é o tempo da renovação do compromisso de aceitar, de forma definitiva, o Salvador Jesus que vem, celebrando o Seu Natal.
Desde os séculos IV e VII, o Advento é vivido em vários lugares do mundo. Era um tempo entendido com tanta seriedade, que no final do século IV, na Gália – França e na Espanha, durava seis semanas com a tradição do jejum, oração e abstinência. Essa preparação se estendia até a Festa da Epifania. Já no fim do século VII, em Roma, o seu significado foi ampliado, a fim de que os fiéis recordassem a segunda vinda do Senhor, constituindo assim “um caráter missionário manifestado na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo”.
Deus é fiel as Suas promessas: o Salvador virá. Daí, a alegre expectativa que deve ser lembrada e vivida, pois o que se espera acontecerá, com certeza, atualizada. Como Igreja que espera clamamos: “vem Senhor Jesus!”
(Fonte: Canção Nova)