“Orai sem cessar. Tu, contudo, interessado em coisas tão pequenas; tu, fixando teu olhar em outros olhares que não o dEle; tu, ligado a outras palavras que não a Sua; tu, procurando outros favores que não Seu próprio amor; tu te desvias e, aí, sem saber, tu te perdes. E Ele só faz te amar, só faz te querer e te esperar; Ele te dá sinais, e tu ainda insistes, ainda resistes. E, ainda, no extremo do não reconhecimento, num gesto de profunda ingratidão, tu fazes uso, ainda, de todos os bens, dons que Ele te deu, para te alienar, para negá-Lo, para mais dEle te afastares. E Ele continua a te amar. Acredita: amor tão grande assim, nunca viste, nunca sentiste. Nunca sentiste amor tão grande assim. Por isso, eu não te digo que pecar é uma grande ingratidão. Pecar é açoitar o lábio que beija, é ferir a mão que afaga, é cuspir no prato em que se come. Pecar é o extremo da alienação, o extremo da negação. E disso Ele pode te arrancar. Se tu quiseres, Ele próprio lavará as tuas vestes. Ele por ti dará o sangue, por ti dará a própria vida. Coisa que nenhum dos teus amores, pretensos amores, por ti faria e jamais fará. E tu teimas em negar, teimas em dizer não.” (Pe. Airton)