“Alguém pode falar e não dizer nada. Todavia, para se dizer, não é preciso dizer muito também. Quando se diz, nem se precisa falar, às vezes, também. O olhar diz. Nele, não há fala, mas há um dizer. Há um dizer que é dito, que passa pela fala, e há uma fala que não passa pelo dito também. Há uma fala que é vazia: ela não diz nada. Ela serve até para enganar, para não dizer, para se ouvir e não se escutar. Há falas que existem até para não dizer, para enganar, para esconder. Falas assim há. Então, a fala não revela sempre; a fala pode esconder também. Quando alguém mente, usa da fala, mesmo para esconder, buscando a credibilidade de alguém. Então a pergunta é essa: quando tu falas, quando tu convives com as pessoas, quando tu lidas com elas, o que tu dizes? O que se diz a partir de ti? O que se diz em ti? E, por vezes, isso nem percebes.
São os sinais que os outros conseguem ler em ti, e que tu, do lado de cá, não consegues ler. São sinais que estão te falando de coisas. E, agora, o que vais fazer? Pode-se perceber, por esta via, a verdade do que és. Pois Aquele a quem serves revela-se na tua modalidade de ser. Esta é a verdade do que és. Diante do Senhor, precisas apresentá-la e transformá-la, onde ela não for condizente com a proposta de vida plena para ti. Ele vive. Seu desejo é que não te percas, que não rastejes e que, conhecendo a Verdade, vivas, em definitivo, a liberdade dos filhos de Deus.” (Pe. Airton)