“Desde o momento em que nascemos, experimentamos, pela vida afora, perdas e ganhos. Nós perdemos o ventre materno, o útero materno – lugar de nosso primeiro aconchego – e ganhamos o mundo, nossa segunda morada, lugar de desafios, de de(cisões). Todo aquele que cinde, corta. Um corte, raso ou profundo, leve ou intenso há de se experimentar em cada novo momento ao longo de toda uma caminhada, o que se faz do somatório de breves momentos. Considere-se que toda perda traz consigo um ganho, ao menos de aprendizado, para quem estiver aberto a fazer uma releitura de cada momento, em vista de novas situações – o que, para muitos, nem sempre é claro – certo é que, de perdas e ganhos vai se delimitando a vida da gente. Brinquedos já ganhamos e perdemos na infância, por exemplo. Na adolescência, nossos papéis infantis perdemos também e, com eles, nossa imagem corporal e a imagem que tínhamos de nossos pais. Pela vida afora, aprendemos que nós nos perdemos quando não nos encontramos, quando a muitos sobrevalorizamos, quando a outros por demais estimamos e, num lugar onde não mereciam, nós os colocamos (esse é outro exemplo).” (Pe. Airton)