“Existe uma relação profunda entre o ver e o julgar. O teu julgamento se faz diante do que tu manténs um posicionamento. Se estiveres com as razões do coração mais diretamente envolvido, parcial ou total será o “pré-juízo”, tão difícil assim será emitir um juízo de real valor. Há ainda que se considerar: estreita é a relação entre aquilo que tu consegues falar e aquilo que tu consegues enxergar. Fala-se, às vezes, do que não se enxerga e enxerga-se o que não seria objeto de se falar. Existem coisas que tu enxergas e que a palavra não te socorre para que possas expressar. Pois limitado é todo dizer quando pretende dizer do todo. Limitado em algum ponto haverás sempre de ser, quer no ver, julgar, agir ou falar. Se nisto pensasses, primeiramente, evitarias grandes sofrimentos. Se agisses com cautela acerca de determinados acontecimentos ou mesmo posicionamentos, com certeza compreenderias que os que agem pela verdade mais sincera não se tornam reféns da própria fantasia, nem dos não ditos que se tornam malditos, nem de tudo o quanto tiverem deixado por fazer um dia. Por razões quaisquer, não sejas tu prejudicado nem consintas, tampouco, em prejudicar.” (Pe. Airton Freire)