“Tantas são as opções que se apresentam, que difícil se torna saber qual a decisão a tomar. Estamos num período em que o ato de tomar decisões ganha força e peso demasiadamente fortes. Uma chance perdida é mais uma chance que deveremos recuperar adiante, se quisermos recuperar. Uma oportunidade não aproveitada é menos uma oportunidade em razão de outros passos que poderíamos dar. Mas quem vive e crê (e viver já é um ato de fé) precisa ter, ainda, que optar. E, se vivemos, precisamos discernir, para que não fiquemos ao sabor do momento, à mercê das circunstâncias. Sem discernir, seguiríamos em frente, sem outra escolha senão ir administrando o que nos traria o tempo, seguindo as estações, acumulando dias, somando datas, e, quando tivéssemos tempo, descansar para, outra vez, recomeçar. É preciso discernir. Só que nós aprendemos dos grandes santos, místicos, que as grandes decisões não são tomadas em períodos de grandes consolações nem de grandes desolações, porque se corre o risco de não levá-las adiante. ‘O que vou fazer agora?’. Apresento-te uma sugestão. Busca ficar diante do Senhor e, no silêncio, tenta responder e escrever: ‘Como eu estou? O que ocupa meus pensamentos? O que está em minhas intenções? De que mais me ocupo? Onde residem minhas maiores dúvidas?’. Escreve isso que nós chamamos de tua situação existencial. Depois que escreveres, da forma como te vier, procura grifar as expressões que para ti são mais significativas ou os elementos que, para ti, são os mais significantes. E, feito isso, tu vais te perguntar, num terceiro momento: ‘O que eu preciso discernir? No meio de todas essas coisas, o que eu estou precisando discernir?’.” (Pe. Airton)