“Com todos os elementos de um planejamento nem sempre, na vida, poderás contar. O contrário, porém, é o que ocorre com frequência. Viver, contudo, não significa planejar e executar. Nisso, não está tudo o que viver significa. Mesmo na aridez, um sentido para existir sempre haverá. O real é isto: a vida nem sempre dá o que dela se espera. Contudo, o sentido para viver a vida há de estar presente (to be present) como um presente (a gift) a ser conservado, malgrado as duras penas que isto custe. Viver é apostar na Verdade expressa em atos e não apenas em palavras. “Viver intensamente”, nos tempos de agora, parece soar como “aproveitar enquanto é tempo”, como se, por muito não se fazer, estivesse-se a perder algo. Cada um de nós responde às demandas a partir de suas potencialidades. Limites também para isto há. Com equilíbrio, enquanto possível, observando-se o ritmo que na própria natureza existe, é preciso administrar cada momento, sem ânsias ou padecimentos, pois a vida flui felizmente. Com diferenças administradas, com experiências de aprendizado obtidas (e, em novos contextos, atualizadas), será a vida rica de sentido. Crescer pelos internos da gente é caçar modos de não se tornar doente. Viver é ato surpreendente. Mesmo que para as demandas, respostas diversas, no universo do possível, possam-se dar, a que virá a calhar remete ao que, há muito, coincide com dois momentos: o de escutar e o de falar.” (Pe. Airton)