Foi na manhã do primeiro dia da semana que o Senhor Jesus surgiu dentre os mortos e mostrou que, definitivamente, vale a vida; que forças de morte não existem quando a esperança é posta naquele de quem procede toda razão de ser, de se viver, e de se viver a vida plenamente vivida. A ressurreição do Senhor Jesus não foi a volta de cadáver à vida, mas foi a garantia de que a palavra final foi dada: a vida, a vida transformada, a vida resgatada. Ela está em nós. Acreditamos que, apesar de nossas falhas, nossos limites, mantemo-nos neste princípio e este fim nós perseguimos; é ele pelo qual vivemos e lutamos. A esperança não só habita em nosso peito; faz-se presente em nossa alma. Ela refaz o que o tiver sido desfeito. Ela transforma nossos limites, repara nossos defeitos. A vida vence a morte.
Quando na manhã da Ressurreição, tu partiste, levaste contigo nossa natureza humana glorificada. Quando teu corpo, que era, também, nosso corpo humano, abandonou o túmulo, onde haviam te colocado, pudemos acreditar que, para nossa história humana, há esperança, no futuro. O atual presente em que vivemos faz, agora, sentido, à luz daquele dia, dia da ressurreição. O universo inteiro converge para um ponto: ponto ômega de sua cristificação. O sentido último de toda a realidade do que somos e da que vivemos, em ti encontra o sentido pleno. Aí, então, nós seremos por ti, em ti e para ti o que só teu amor confere sentido.
“Por que entre os mortos Jesus não está? Jesus está vivo e a esperança que nele depositamos, com ele também não morrerá. Jesus veio para trazer alegria aos tristes, liberdade aos que estavam cativos, Vida para os que estavam mortos. Jesus está vivo. Por que não encontraram Jesus entre os mortos? Os mortos podem ser manipulados, Jesus, todavia, só pelos que amam pode ser encontrado. Por que não encontraram Jesus entre os mortos? Porque eles tinham um desejo sobre ele; Jesus, ao contrário, um projeto para todos possuía. Um projeto de vida que se estende sobre ti e toda a humanidade, como se estende o sol a cada dia sobre aqueles que vivem. Por que não encontraram Jesus entre os mortos? Porque os mortos não têm o que dizer, e Jesus ressuscitado apareceu para dizer aos discípulos: vocês ao mundo são enviados para dar continuidade a tudo o que comigo puderam viver. Jesus está vivo e no meio de nós poderá ser encontrado: na partilha do pão, na vivência fraterna, na vida partilhada. O senhor está presente na Igreja por ele fundada. Jesus está presente em cada eucaristia que a sua memória é celebrada. Está presente onde dois se reúnem em seu nome, onde o amor for cultuado, onde o bem acontecer. Onde a ternura florescer, o Senhor aí, poderá ser encontrado. Está presente nos sacramentos deixados, está presente na comunhão de todos aqueles que o amam e que se fizeram irmãos, mesmos estranhos tendo sido. O Senhor Jesus está vivo e, como vivo, poderá ser encontrado. Jesus está vivo porque o mundo na morte estava sepultado. Uma luz brilhou nas trevas, uma esperança nasceu. Jesus que em Belém nasceu, agora, não só em Jerusalém, mas sobre toda a humanidade, ressuscitado vive, viverá, permanecerá para todos os seus. Cristo está vivo, esperança para nós. A morte não tem a palavra final, o mundo, afinal, não estará só. Jesus venceu a morte, nós também poderemos vencê-la. Ele foi o primeiro à nossa frente para que nós, no mundo testemunhando o que ele viveu, passando por uma morte semelhante à sua, para opecado, para ele nós seremos, viveremos e atualizaremos o que ele viveu. Jesus está vivo. Alegra-te então. A esperança queima o nosso coração, invade a nossa alma. Aquieta-te pois. Acalma-te. Põe fim a toda ansiedade. A alegria de viver ele veio trazer, a fim de que possas viver a vida com simplicidade e inaugures, neste tempo, um novo tipo de relacionamento baseado na justiça e na verdade. Justiça e paz se abraçarão. Jesus de estranhos fez irmãos. Jesus está vivo. Glória seja ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito por sua Ressurreição.”
Pe. Airton Freire
“No primeiro dia da semana, bem cedo, estando ainda escuro, Maria Madalena chegou ao sepulcro e viu que a pedra da entrada tinha sido removida. Então correu ao encontro de Simão Pedro e do outro discípulo, aquele a quem Jesus amava, e disse: “Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o colocaram!”. Pedro e o outro discípulo saíram e foram para o sepulcro. Os dois corriam, mas o outro discípulo foi mais rápido que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Ele se curvou e olhou para dentro, viu as faixas de linho ali, mas não entrou. A seguir, Simão Pedro, que vinha atrás dele, chegou, entrou no sepulcro e viu as faixas de linho, bem como o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus. Ele estava dobrado à parte, separado das faixas de linho. Depois o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, também entrou. Ele viu e creu. (Eles ainda não haviam compreendido que, conforme a Escritura, era necessário que Jesus ressuscitasse dos mortos.) Os discípulos voltaram para casa.” (João 20, 1-10)
Jesus Aparece a Maria Madalena
“Maria, porém, ficou à entrada do sepulcro, chorando. Enquanto chorava, curvou-se para olhar dentro do sepulcro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés. Eles lhe perguntaram: “Mulher, por que você está chorando?” “Levaram embora o meu Senhor”, respondeu ela, “e não sei onde o puseram”. Nisso ela se voltou e viu Jesus ali, em pé, mas não o reconheceu. Disse ele: “Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando?” Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: “Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, e eu o levarei”. Jesus lhe disse: “Maria!” Então, voltando-se para ele, Maria exclamou em aramaico: “Rabôni!” (que significa “Mestre!”). Jesus disse: “Não me segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus irmãos e diga-lhes: Estou voltando para meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês”. Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: “Eu vi o Senhor!” E contou o que ele lhe dissera.” (João 20, 11-18)
Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!”. Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se quando viram o Senhor. Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio”. E com isso, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo. Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados”. (João 20, 19-23)
Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu. Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!” Mas ele lhes disse: “Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei”. Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!”. E Jesus disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia”. Disse-lhe Tomé: “Senhor meu e Deus meu!”. Então Jesus lhe disse: “Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram”. Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais milagrosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome. (João 20, 24-31)