“Compreende o outro na sua particularidade, assim como o teu Pai que está nos céus te compreende em tua individualidade, na história que tu trazes contigo, na tua particularidade. Dá um tempo àquele que todo tempo já te deu. Não digas de nada ou de tudo: isto é só meu, porque todo o bem é bem partilhado. Aquilo que, agora, administras é aquilo que te foi posto aos teus cuidados, por isso és responsável; Deus te fez, disso, encarregado. Não sejas intransigente, portanto. Vive a verdade, ama o bem. Ter misericórdia não é desleixo, ter misericórdia não é cumplicidade. Fala ao outro toda a verdade na caridade. Precisas agir para não demolir, para não destruir, para não seres intransigente. Que fique para o outro claro o teu posicionamento; deixa-lhe, também, capacidade de opção. Não sejas indolente; não te relaciones com outro já sendo do outro descrente; ele perceberia rapidamente e ele próprio seria de si mesmo descrente se, na sua ansiedade, não percebesse em ti um traço de confiabilidade.”
Pe. Airton Freire
(Texto do Livro “Sol Entre Nuvens”)
“E, quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a sua cruz” (Mt 27, 32).
À medida que se vive de si para si, como ser isolado, gera-se um sofrimento, um descontentamento por não ter o melhor de si com o outro partilhado. E, somente a custo, e quase sempre com substitutos inadequados, consegue-se suportar o peso de viver esta desnaturalidade. Não partilhar o que de melhor em nós existe é algo que em ti ainda persiste e em mim insiste. E aí um sofrimento vem ocupar um espaço que não deveria, necessariamente, ocupar.
Se tu te propuseres a chegar a algum lugar sozinho, isolado, jamais poderás realizar, nas melhores intenções, o objetivo de conhecer e viver um bem partilhado. Embora, quanto a isto, a decisão seja tua, só a partilha há de enriquecer-te, fortalecer-te e estabelecer-te no ponto de superar-te em uma fraqueza tua. Na relação a dois, por exemplo, tu poderás dizer: “Os pontos que em mim forem falhos, tu poderás me levar a esclarecer e fortalecer. E os pontos que em ti forem deficientes, eu poderei, de minha parte, ajudar-te a vencer”. Nos limites e nas potencialidades que experimentamos, nós poderemos vencer e executar um projeto em que tanto tu quanto eu acreditemos e, mesmo quando enfraquecidos, nele ainda possamos crer. Mas, se permanecermos isolados, cada um vivendo por seu lado, deixando um projeto em comum à revelia, haveremos de trocar a noite pelo dia e separados viveremos, mesmo estando lado a lado, como de não raro vem acontecendo.
A necessidade de superação se faz presente, exatamente, a partir do limite experimentado, quando se partilham nós em ocasiões em que esbarramos em algo e não podemos ir em frente. Por isso, a proposta que te faço é de não vivermos isolados, mas de partilharmos as nossas fraquezas e potencialidades, como condição de revigorarmos o antigo projeto novamente e, se isso vier a acontecer, razão terás tu, também terei eu, para desatarmos os nossos nós e recuperarmos, como havia antes, a alegria de viver. Isso eu te proponho. Não é tão somente um sonho; é um projeto de vida, uma forma de ser, de estar, um jeito de viver.
Pe. Airton Freire
17 a 19 – Retiro aberto ao Povo de Deus de Fortaleza/CE. Tema: “Com que autoridade fazes tu estas coisas?” (Marcos 11, 28)
24 a 25 – Retiro Temático aberto para o Povo de Deus. Tema: “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Romanos 12,12). Local: Casa de Retiros da Sagrada Família, Arcoverde/PE.
31 a 02/08 – Retiro Terrinha “Andai como filhos da luz” (Efésio 5,8)
Contato Casa de Retiros da Sagrada Família
Telefone: (87) 8107-6710 falar com Geralda
e-mail: sagradafamilia.retiros@gmail.com