Agora que o clarão da luz se apaga,
a vós nós imploramos, Criador:
com vossa paternal misericórdia,
guardai-nos sob a luz do vosso amor.
Os nossos corações sonhem convosco:
no sono, possam eles vos sentir.
Cantemos novamente a vossa glória
ao brilho da manhã que vai surgir.
Saúde concedei-nos nesta vida,
as nossas energias renovai;
da noite a pavorosa escuridão
com vossa claridade iluminai.
Ó Pai, prestai ouvido às nossas preces,
ouvi-nos por Jesus, nosso Senhor,
que reina para sempre em vossa glória,
convosco e o Espírito de Amor.
Oração final
Ficai conosco, Senhor, nesta noite, e vossa mão nos levante amanhã cedo, para que celebremos com alegria a ressurreição de vosso Cristo. Que vive e reina para sempre. Amém.
O Senhor todo-poderoso nos conceda uma noite tranquila e, no fim da vida, uma morte santa.Amém.
Antífona final de Nossa Senhora
Ó Mãe do Redentor, do céu ó porta,
ao povo que caiu, socorre e exorta,
pois busca levantar-se,
Virgem pura, nascendo o Criador da criatura: tem piedade de nós e ouve, suave,
o anjo te saudando com seu Ave!
(Fonte: liturgia das horas)
“Com todos os elementos de um planejamento nem sempre, na vida, poderás contar. O contrário, porém, é o que ocorre com frequência. Viver, contudo, não significa planejar e executar. Nisso, não está tudo o que viver significa. Mesmo na aridez, um sentido para existir sempre haverá. O real é isto: a vida nem sempre dá o que dela se espera. Contudo, o sentido para viver a vida há de estar presente (to be present) como um presente (a gift) a ser conservado, malgrado as duras penas que isto custe. Viver é apostar na Verdade expressa em atos e não apenas em palavras. “Viver intensamente”, nos tempos de agora, parece soar como “aproveitar enquanto é tempo”, como se, por muito não se fazer, estivesse-se a perder algo. Cada um de nós responde às demandas a partir de suas potencialidades. Limites também para isto há. Com equilíbrio, enquanto possível, observando-se o ritmo que na própria natureza existe, é preciso administrar cada momento, sem ânsias ou padecimentos, pois a vida flui felizmente. Com diferenças administradas, com experiências de aprendizado obtidas (e, em novos contextos, atualizadas), será a vida rica de sentido. Crescer pelos internos da gente é caçar modos de não se tornar doente. Viver é ato surpreendente. Mesmo que para as demandas, respostas diversas, no universo do possível, possam-se dar, a que virá a calhar remete ao que, há muito, coincide com dois momentos: o de escutar e o de falar.” (Pe. Airton)
“O amor, que é tanto servo quanto amigo, tanto é sábio quanto humilde, seja, em tudo, a condição para que não venhas a sofrer o sem sentido de viver só por viver. O que torna a alma vazia, fazendo-a estarrecer, vem pelas asas da solidão acompanhada, a mais sentida e pouco nomeada, cujos atributos formalizam o contexto do desamor: frieza, mesmo quando no calor; esvaziamento (tristeza), mesmo quando em meio a risadas; e indiferença, malgrado apelos por compaixão reiterados.”
Pe. Airton Freire