“Entre a partida e a chegada, há tanto razões para pedir, quanto há motivos para agradecer. Pede ao Senhor que sua vontade em ti se faça (pois tanto mais é difícil pedir quanto é aceitar); que o pão quotidiano te seja dado, que sejas perdoado, que possas perdoar, que o seu nome seja honrado, que à tentação não sejas tu levado e que do mal sejas liberado. São pontos que deveriam figurar em tua oração. E muito mais ainda ele te concederá. Que seja em paz esta tua travessia, não isenta de interditos; pois, viver é administrar conflitos; governar é administrar ciúmes e de nenhuma intempérie estarás imune. Mas, sobretudo, antes de qualquer coisa, busca ser fiel ao teu Senhor e tu verás que tu terás nos céus, na terra e em toda parte um grande defensor, um Pai, um Paráclito, Espírito consolador.” (Pe. Airton Freire)
“Ao se ter fé, coloca-se a questão, como divisor de águas, do que é idílico, do que é possível. O idílico faz parte da natureza dos sonhos: sonhos não sonhados, sonhos acordados, sonhos mal dormidos, sonhos realizados. E o que é possível é aquilo que se tornar presente a partir das condições que o sujeito traz consigo num determinado momento. Se o teu desejo coincidir com o desejo do teu Pai que está nos céus, este ponto de congruência resultará ser possível algo de novo acontecer. Se entre ti e aquele que mais próximo de ti estiver houver pontos coincidentes, é muito possível que a ação dos dois seja convergente e aí possam se encontrar. Em não havendo pontos de coincidência, tentativas haverão, até jogo de sedução, apelos decifrados ou semi-decifrados, rogos, pedidos… mas, nunca se farão encontrados. Por isso, procura, neste exercício, neste ponto de tua caminhada, distinguir o idílico do possível.” (Pe. Airton Freire)