“Tu sabes que, como ser de limite e de desejo, enquanto viveres haverás de assim ser e permanecer. Se os limites pelos quais tu mais te inquietas ou por meio dos quais outros vêm a sofrer, tu não trabalhares suficientemente neste tempo de espera, uma vez vindo a alcançar aquilo que estás mais a almejar, esses mesmos elementos poderão muito te atrapalhar. Então, trabalha esses pontos, faze as podagens necessárias, observa o que poderá ser matriz de desencantos ou desencontros, considera até como em mínimas, médias ou grandes coisas isto poderá, ao longo dos tempos, resultar. Não alimentes certos elementos que em ti são mais frequentes e por meio dos quais poderão ser criados obstáculos, dificuldades para aquilo que mais almejas realizar.”
Pe. Airton Freire
“Estamos no primeiro dia de janeiro. Cabe, aqui, recomeçar. Um novo re(começo) deverá estar interligado a uma modalidade de ser; pois, antigos atos só deixarão de se atualizar se tu tiveres uma nova postura diante dos fatos, num processo que integre teus pensamento e tuas açōes. Leva contigo isto, tu tens duas possibilidades em tua vida: recomeçar ou permanacer. Recomeçar tudo o que esteja arraigado em teu coração, levando-te a malogros diarios ou permanecer com o que conduz à leveza da vida e alegria ao olhar. Sê como os passáros em sua liberdade de ir e vir. Re(começar) se dá em um processo de re(construção); todavia, antes, tem claro aonde almejas chegar, para haver firmeza em teus passos e haja luzes em teu barco, na segurança da navegação. Há os que sofrem por não saberem refazer o trajeto inicial; há os que sabem e permanecem na inércia. Para recomeçar, é preciso elidir fatores contraditórios. É preciso que tenhas diante de ti clareza dos percalços que enfrentarás, qual soldado que estuda o adversário em sua tática de guerra. Os recursos necessários para re(começar) estão às tuas mãos, a tua disposição, para que faças o novo prosperar e ocupar antigos espo espaços do que contigo não pode mais ficar.”
Vinicius
Servo
“Para o autêntico e verdadeiro, o amor é a condição, e o seu traço mais sublime é o perdão. Como anistia, como alforria, amplo e total esquecimento, amar está na raiz profunda de todo entendimento. Por isso, quando tu perdoas, por amar, expressas grandeza em relação à mesquinhez daquele que te fez sofrer, que te fez penar. Exclui-se aquele que o perdão não quer conceder, e este é semelhante a quem não que enxergar, apesar de ver. Exclui-se de quê? Exclui-se de vir a experimentar a grandeza de se superar, de viver com alegria, de perceber-se sendo; percebendo-se, ao mesmo tempo, como se foi um dia. A quem pouco se ama, pouco se chega a perdoar. E nada há nesse mundo que possa perpetuar-se se não for pela via do que significa amar. Palavra mais gasta, mais abusada, mais mal usada, mais mal interpretada que “amor” não existe. Mas não existe força ou algo mais grandioso do que amar. No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor (I Jo 4, 18). E todo aquele que ama sabe de que o amor é capaz. Só o amor é capaz de gestos e expressões, tanto na fala como nas feições, para fazer entender as sutilezas que podem haver entre o sublime e o mordaz.” (Pe. Airton Freire)