“Se toda percepção é fundamentada a partir de um paradigma que permite ao sujeito enxergar em determinada direção, deduz-se que tu não observas nem olhas a partir do nada. Existe um modelo a partir do qual tu avalias determinada situação, e, mesmo que disso não saibas ou não queiras saber, o paradigma está presente naquilo que tu percebes. Tu precisas saber que o que causa encontro e desencontro, encanto e desencanto, que nos dá alegria ou nos faz sofrer depende da interação entre duas vontades que possam se entrecruzar. Em se tratando de interação, alheiar-se não é a melhor posição, mesmo a pretexto de “manter distância para salvar a objetividade”. Esse é o modelo cartesiano, amplamente divulgado e, de algumas décadas para cá, altamente questionado. O que existe é a interação dos elementos envolvidos em determinada situação. Quanto a ti, é preciso que tenhas claro aonde tu queres ir e que os teus objetivos, aqueles da largada, permaneçam, também, no momento da chegada. Para isso, presta atenção acerca das tuas concessões, porque elas podem levar tanto a devidos sins quanto a indevidos senões. E isso é o núcleo da questão.” (Pe. Airton Freire)
“Mesmo que elementos te pareçam contrários e, por vezes, sintas vontade de desistir, na esperança – e somente nela -, terás como prosseguir. Se ela em ti for açoitada, se não encontrar acolhida, abrigo em tuas moradas, poderás perdê-la e, em consequência, perder-te, o que de pior a ti poderia acontecer.Se a esperança em ti for açoitada, ela procurará outras moradas para se instalar. É a esperança do achado que te faz suportar certas esperas e vencer algumas resistências internas e externas. Em razão disso, és convidado a dar os próximos passos. Os passos teus, tendo o aval do alicerce seguro, farão com que avances e venças quaisquer pelejas que, eventualmente, venhas a encontrar. A segurança de que conduzes com responsabilidade e sentido, perseguindo um objetivo, poderá vir como resultado de coerência de vida em reta intenção. Todavia, com o inesperado, precisas também contar. Sabendo que o inesperado é a variável possível do planejado (disso eu tenho falado), tu precisas estar preparado para as eventualidades. Se estas, contudo, tornarem-se o traço mais comum em um projeto no qual desejes seguir em frente, hás que avaliar, primeiramente, o que vem por tantas intercorrências que resultam em descontinuidade de um projeto pensado para ser consequente e permanente.” (Pe. Airton)