“O que entendemos por amor? Só um sentimento, uma condição psicofísica? Certamente, se é assim, não se pode construir nada sólido. Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce, e também podemos dizer, por exemplo, que se constrói como uma casa. E a casa é construída em companhia do outro, não sozinhos! Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos, que vão e vêm, mas sim sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus. (…) O matrimônio é um trabalho de ourivesaria que se constrói todos os dias ao longo da vida. O marido ajuda a esposa a amadurecer como mulher, e a esposa ajuda o marido a amadurecer como homem. Os dois crescem em humanidade e esta é a principal herança que deixam aos filhos. (…) Um casamento não se realiza somente se ele dura, sua qualidade também é importante. Estar juntos e saber amar-se para sempre é o desafio dos esposos. (…) Viver juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante (…) que tem regras que se podem resumir exatamente naquelas três palavras: posso?, obrigado e desculpe.”
“Posso?: é o pedido amável de entrar na vida de alguém com respeito e atenção. O verdadeiro amor não se impõe com dureza e agressividade.”
“Obrigado: a gratidão é um sentimento importante. Sabemos agradecer? (…) É importante manter viva a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus, e aos dons de Deus diz-se ‘obrigado’. (…) É preciso saber dizer ‘obrigado’ para caminhar juntos.”
“Desculpe: na vida cometemos muitos erros, enganamo-nos tantas vezes. Todos. Daí a necessidade de utilizar esta palavra tão simples: desculpe. Em geral, cada um de nós está disposto a acusar o outro para se desculpar. É um instinto que está na origem de tantos desastres. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. Também assim cresce uma família cristã.”
“Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: que um dia não termine nunca sem pedir perdão, sem que a paz volte à casa. Se aprendemos a pedir perdão e a perdoar aos outros, o matrimônio durará, seguirá em frente.”
(Papa Francisco)
“Ao longo da minha vida, de quanta coisa fui ou não capaz? Não te digo tais coisas para que possas chorar o leite derramado ou exultar por grandes feitos realizados, mas para que não percas a consciência de tua história pelas inscrições que vêm de teu passado. Pois aquele que tem ciência do que tenha vivido até então, saberá, a partir da sua história, o rumo e a direção que poderá dar a antigos ou a novos acontecimentos. O que não podes é viver ao sabor dos ventos, administrando as ocasiões conforme elas forem se te apresentando. Pois, a continuar desta maneira, persistirás até quando? O certo é que carente, faltante, sempre haverás de ser, e essa brecha, essa falta constante e estrutural que te acompanha em busca de preenchimento haverá de com vida te manter. Administra tuas demandas, aquelas que partem de ti ou que chegam de fora. Já conheces o sentido da história suficientemente para saber do que foste e do que ainda és capaz. Não venhas tu a te perder por coisas que poderias evitar. Não venhas tu a retardar o que, a depender de uma decisão tua, muito bem ainda poderia fazer. Prós e contras existem sempre, qualquer que seja a decisão que venhas a tomar. Todavia, a conviver com o que se antepõe a teus valores, hás de aprender.” (Pe. Airton Freire)
“Para que algo possa ter, num processo, favorável resultado, é preciso haver correlação de forças e elementos que tornem possível essa realidade. Para além do planejado, algo pode ser dado. Nem tudo depende somente da oportunidade, nem tudo depende só do planejado, mas também do conjunto de elementos que torne possível um ato ser efetivado. Por isso, vou dizer o que já disse ao longo de todo esse tempo: tu precisas estar preparado tanto para a execução do que tenhas planejado como para enfrentar o que vem pelas asas das eventualidades. Pois sempre algo te escapará (in)felizmente! Se tudo acontecesse segundo o teu ponto de vista, tu viverias a realidade pobremente, uma vez que a riqueza da realidade também se faz pelo que ela traz de modo inesperado. Se tudo acontecesse da forma como, de teu lugar, desejarias ver, não viverias, tampouco conhecerias oportunidades e alegrias maiores, como, por exemplo, a capacidade e a possibilidade de amar, a riqueza de um acontecimento o qual não estavas esperando e que te surpreendeu. É preciso que não deixes de fazer acontecer quando as oportunidades te forem apresentadas.O que vem de tão caro, em determinado momento, jamais se repetirá da mesma forma posteriormente. Assim são invernos, verões, primaveras e outonos anualmente. O que não é poderá não vir a ser, ficando apenas na possibilidade. E, uma vez o fato vindo a se dar, este não poderá ser mudado, mas a tua compreensão e o teu posicionamento a partir daquele dado sim. Pensa sobre isto antes que seja tarde.” (Pe. Airton Freire)