“Aos poucos, nós vamos percebendo que, se em algum momento de nossa vida, estávamos começando a desistir, a graça, a tempo, veio nos alcançar, e a esperança – que não decepciona, se posta em Deus – depressa veio nos socorrer. Por termos acreditado, o Senhor Deus não nos faltou. Aos poucos, vamos esvaziando a alma ou a mente daquilo que com Deus não pode combinar, a vida vai tomando um rumo diferente daquele que até então vinha seguindo, e, sendo obra do amor que nos está acontecendo, mudanças vão surgindo, o nosso coração vai antevendo, e a mente vai intuindo que algo novo está surgindo, um novo tempo está começando. A esperança, que, de nós, andava tão afastada, vai voltando ao ponto de onde nunca deveria ter partido, a mesma que, em nós, aceitamos, para aí fazer morada. Dela, parte a alegria de viver que, por um tempo, andava de nós, afastada, por razões que à esperança eram estranhas, aquelas que, aos poucos, foram se distanciando. Como as primeiras chuvas que irrigam os campos, a alegria vai voltando, e aquilo que antes inquietava o nosso coração vai cedendo lugar à esperança, que, novamente, em nós, vai habitando.” (Pe. Airton Freire)
“Convida o Senhor para que, definitivamente, em ti possa se estabelecer e devolvida seja tua alegria, a razão fundamental que te faça viver, pois, com ele, certamente, por maiores que sejam tuas provações, verás um sentido em caminhar, apesar de constantes negativas, reiterados senões. E se o Senhor de tua alma, o esposo que tanto te quer, vier estabelecer-se em ti, estarás pronto, por causa dele, para o que der e vier. Em definitivo, busca o teu Senhor. Nada faças para dele te distanciares, sabendo que somente nele está a razão de ser, o princípio de todo amor, a razão principal de se viver. Convida, pois, o Senhor, esposo de tua alma, a torná-la saciada do que mais intimamente ela deseja, para que possas permanecer firme e não fraquejar diante de tanta peleja. Pede ao Senhor a graça de te visitar da forma como lhe aprouver, do jeito que ele quiser, mas que não deixe de vir. E o Espírito que sonda os corações e clama ao Pai, porque conhece a sua intimidade, haverá de orar em ti e por ti a fim de que se estabeleça entre ti e teu Pai a mais profunda, a mais verdadeira e constante renovação de tua interioridade.” (Pe. Airton Freire)
“Lembra: toda presença cumpre uma função. A tua presença deve revelar o que estiver escondido pela beleza do teu olhar e nunca o desejo de julgar. Tu e aquele a quem julgas participam da mesma humana condição, onde cabe solidariedade e nunca julgamentos, veleidades. Se tu olhas para julgar, a ti mesmo julgas, porque ages pondo-te acima de quem participa da mesma condição e limites humanos de que fazes parte. Quem nos julga é a nossa própria posição pró ou contra a Verdade. Antes de julgar, convém observar a qualidade do teu olhar, pois o teu olhar consegue enxergar somente a partir do ângulo formado entre o objeto a ser observado e o lugar a partir do qual tu estabeleces a observação. Nem tudo cairá sob a tua percepção. Parcial é tudo quanto tu percebes do muito que te escapa. Portanto, nem tudo vês de tudo o que do outro lado está. Assim tem sido. Assim será.” (Pe. Airton Freire)