“Considera que aquilo que mais intensamente tens buscado achar ou aprimorar, nas tuas moradas, no espaço mais sagrado da tua integridade, tem seu ponto de partida e seu ponto de chegada. Afinal, de que adiantaria que os objetivos traçados por ti fossem todos alcançados se eles não te levassem a um conhecimento mais profundo de ti mesmo e se, as tuas limitações, tu não superasses? De que adiantaria um projeto bem executado se ele não te levasse a descobrir-te por inteiro, a fim de que o bem que por esta via viesse a ser executado tivesse garantia de prosseguimento por estar em consonância com a verdade? De que adiantaria que muito viesses tu a fazer se os teus feitos não revelassem a grandeza maior que há no teu ser? O fazer, para ser verdadeiro, há de expressar o ser, pois o que se faz e que não transmite a verdade que há no ser não tem razão de acontecer, ficando tão somente no fazer-se por fazer. Nesse caso, o ato nasce ou acontece desumanizado, não revelando o melhor que há em ti, em sua verdade, a fim de que tu possas fazer uma reavaliação e, por conseguinte, uma superação dos pontos em que estejas eventualmente falho.” (Pe. Airton Freire)
“Se tu te propuseres a chegar a algum lugar sozinho, isolado, jamais poderás realizar, nas melhores intenções, o objetivo de conhecer e viver um bem partilhado. Embora, quanto a isto, a decisão seja tua, só a partilha há de enriquecer-te, fortalecer-te e estabelecer-te no ponto de superar-te em uma fraqueza tua. Na relação a dois, por exemplo, tu poderás dizer: “Os pontos que em mim forem falhos, tu poderás me levar a esclarecer e fortalecer. E os pontos que em ti forem deficientes, eu poderei, de minha parte, ajudar-te a vencer”. Nos limites e nas potencialidades que experimentamos, nós poderemos vencer e executar um projeto em que tanto tu quanto eu acreditemos e, mesmo quando enfraquecidos, nele ainda possamos crer. Mas, se permanecermos isolados, cada um vivendo por seu lado, deixando um projeto em comum à revelia, haveremos de trocar a noite pelo dia e separados viveremos, mesmo estando lado a lado, como de não raro vem acontecendo. A necessidade de superação se faz presente, exatamente, a partir do limite experimentado, quando se partilham nós em ocasiões em que esbarramos em algo e não podemos ir em frente. Por isso, a proposta que te faço é de não vivermos isolados, mas de partilharmos as nossas fraquezas e potencialidades, como condição de revigorarmos o antigo projeto novamente e, se isso vier a acontecer, razão terás tu, também terei eu, para desatarmos os nossos nós e recuperarmos, como havia antes, a alegria de viver. Isso eu te proponho. Não é tão somente um sonho; é um projeto de vida, uma forma de ser, de estar, um jeito de viver.” (Pe. Airton Freire)
No domingo 08/05/2016, em sua homilia Papa Francisco refletiu sobre o significado da Ascenção do Senhor em nossos dias: “Desde o dia da Ascenção, foi possível para todos os Apóstolos e discípulos habitar em qualquer cidade do mundo, até mesmo nas mais atingidas por injustiças e violências, porque acima de toda cidade há o mesmo céu, e cada morador pode levantar os olhos com esperança, porque naquele céu habita Deus, que se revelou tão próximo de nós que assumiu as feições de um homem, Jesus de Nazaré. Deus nunca nos deixa sós. Este é o testemunho que devemos levar durante a semana às casas, escritórios, escolas, aos lugares de encontro e de diversão; aos hospitais, cárceres, casas de idosos, periferias… e anunciar a todos a conversão, para o perdão dos pecados”. Diante de uma multidão de fiéis que lotaram a Praça São Pedro, Papa Francisco explicou ainda que esta missão anunciadora tem um segredo: a presença do Senhor ressuscitado, que com o dom do Espírito Santo abre nossas mentes e corações para anunciar seu amor e sua misericórdia, inclusive nos ambientes mais adversos de nossas cidades. Ele é sempre o ‘Deus conosco’, lembremo-nos: Emanuel, Deus conosco, que não nos deixa sós!, exclamou o Pontífice, convidando-nos a olhar adiante e reconhecer nosso futuro. “Ele está vivo!”, exclamou. (Papa Francisco)