“A autoridade de Jesus vinha do fato de que Ele falava e os atos seus mostravam serem verdadeiros. Ele próprio disse: ‘Eu sou a verdade, o caminho e a vida’ (Jo 14, 6). Mas, se isso não fosse acompanhado de gestos concretos, de acontecimentos que mostrassem que Deus estava com Ele, poderia, brevemente, cair no esquecimento. O fato é que a presença de Jesus perturbava, colocava em xeque certas coisas, privilégios, e as autoridades de sua época não toleravam; por isso, decidiram matá-lo.
Jesus, contudo, seguiu o seu caminho e a sua missão, cumpriu, por fidelidade, o que a natureza humana não tinha cumprido por sua própria condição. Unindo a Sua natureza divina a nossa humana natureza, Jesus conquistou para nós um lugar, um lugar de filho sendo Ele o Filho que em tudo ocupa a primazia, o primeiro lugar. Por isso é que Jesus veio e, com autoridade, realizou o que levou a bom termo a obra que o Pai lhe confiou.
Mas tramaram para matá-lo e o mataram. O amor de Deus, contudo, foi maior e ressuscitou a Jesus e, ressuscitando Jesus, Deus mostrou que estava ao Seu lado. Nós também estamos do lado de Jesus, estamos a favor da vida e da esperança, revelamos a misericórdia por nossos atos. Pois, se Deus estiver conosco, quem estará contra nós? Muito mais do que já fez, o Senhor ainda fará e a obra que Ele iniciou em nós levará a bom termo as graças com que Ele sempre haverá de nos amar. O Senhor é fiel às suas promessas e não vai nos abandonar.” (Pe. Airton)
“Guarda com clareza: incerto é margem que assiste a toda certeza. O certo é que o transitório é o que tens de mais permanente. Certo é precisar fazer paradas quando se quer seguir em frente. O certo é que, apesar da certeza, a dúvida pode pairar, e o que hoje é amanhã talvez não seja, não se sabe ainda se será. Certo é que estações de mesmo nome virão – outonos, invernos, primaveras, verões -, mas nunca em teor e sentido se repetirão. É preciso, na vida, por vezes, ter que parar a fim de saber ao certo por onde ir. Tão importante quanto ir é saber como vir. Se, na tua caminhada, não tiver havido parada, com certeza poderás tropeçar e até cair. Hás que perceber que todo aquele que se põe a caminhar tem necessidade também de parar. Os elementos da partida devem corresponder àqueles que conservarás na chegada, para que tua alma não se sinta embrutecida, demasiadamente ferida, mortalmente desalentada. É preciso que a tua esperança seja, nas razões primeiras, ao longo dos teus dias, alimentada. Para continuar, volto a dizer, é preciso parar, de modo a não esmorecer. Não faças concessão ao que, sem perdão, retardaria-te a caminhada. Malgrado inquietações próprias dos périplos havidos, a pena terá valido quando coração e mente vivido tiverem em equilíbrio. É tua a decisão de continuar ou parar. Saiba-se, antes, que os que param para continuar têm mais chances do que os que continuam sem parar. Em qualquer momento da jornada, desertos serão atravessados, mesmo perto de montanhas ou lagos estando.” (Pe. Airton Freire)