“Guarda: que tua alma não se faça jamais da esperança desacompanhada, porque o que de melhor a esperança traz consigo será suscitado em tua alma. Que tu possas com ela brincar, e que ela possa sentir-se em casa quando junto de ti estiver, como gostaria comumente de estar. Alimenta a esperança. É ela quem fustiga a dor, que põe fim a qualquer forma de ansiedade. A esperança promove a lealdade. Vivendo tu no tempo presente, não deixes de estar atento ao que acontece em ti e ao teu derredor, a fim de que aqui e agora possas tu viver e crescer. A esperança posta em Deus não pode em ti morrer. Precisas alimentá-la em qualquer momento, que seja dela teu mais doce e permanente sentimento, e nada faças para desmerecê-la, pois, se, um dia, ela em ti vier a arrefecer, levará consigo tua razão principal de viver. Viver sem esperança é vegetar; equivale a não ter como nem por que continuar. É fogo que consome, a nada serve, a ninguém acode. Viver sem esperança é, antecipadamente, morrer. E, por isso, volto a perguntar: esperança em quê? Esperança em quem? E por quê? Enquanto esperança houver, a vida se balizará por uma razão firme e clara de ser.” (Pe. Airton Freire)
“Distingue o que é essencial do que for trivial, faze um discernimento acerca do que precisa ser mantido e daquilo que pode ir embora, porque, com o passar do tempo, em outra situação, tudo isto poderás de novo reaver. Em um ponto de apoio, tu precisas te manter: é o inegociável da questão. De outros pontos, com certeza, a depender do momento, haverás de abrir mão. O essencial é o que se opõe ao trivial, mesmo que este trivial tenha para ti muita importância. Guarda o que preciso for, mas procura despojar-te do que pode te tornar demasiadamente pesado, impossibilitando a tua saudável caminhada. Se os ventos te soprarem desfavoravelmente, mantém o que for essencial; o resto poderá se ir com o vento, porque voltará, no tempo devido, em maior abundância naturalmente.” (Pe. Airton Freire)
“Quando o assunto for recomeçar, é preciso estar atento à modalidade em que esse fato se dará. Se for para recomeçar, que seja na Verdade, em alicerce seguramente firmado, a fim de que o que ali for construído tenha condições, tenha razoáveis perspectivas de continuidade. Se for para recomeçar, que seja para não olvidar as experiências vividas até o momento presente; pois, o recomeço que não traz a memória do passado é inútil e haverá de se perder em breve tempo. Se for para recomeçar, há se estar atento aos movimentos deste presente, para que antigos erros não sejam atualizados em novas oportunidades apresentadas. Se for para recomeçar, que seja em razão do encanto do primeiro encanto, do amor incondicional surgido ao perceber-se convocado a responder a um chamado à prática do bem, na qual o Altíssimo é o primeiro interessado.” (Pe. Airton Freire)