“Pelo seu vínculo com Jesus, Maria está intimamente associada com aquilo que acreditamos. Na concepção virginal de Maria, temos um sinal claro da filiação divina de Cristo: a origem eterna de Cristo está no Pai, Ele é o Filho em sentido total e único, e por isso nasce, no tempo, sem intervenção do homem. Sendo Filho, Jesus pode trazer ao mundo um novo início e uma nova luz, a plenitude do amor fiel de Deus que Se entrega aos homens. Por outro lado, a verdadeira maternidade de Maria garantiu, ao Filho de Deus, uma verdadeira história humana, uma verdadeira carne na qual morrerá na cruz e ressuscitará dos mortos. Maria acompanhá-Lo-á até à cruz (cf. Jo 19, 25), donde a sua maternidade se estenderá a todo o discípulo de seu Filho (cf. Jo 19, 26-27). Estará presente também no Cenáculo, depois da ressurreição e ascensão de Jesus, para implorar com os Apóstolos o dom do Espírito (cf. Atos 1, 14). O movimento de amor entre o Pai e o Filho no Espírito percorreu a nossa história; Cristo atrai-nos a Si para nos poder salvar (cf. Jo 12, 32). No centro da fé, encontra-se a confissão de Jesus, Filho de Deus, nascido de mulher, que nos introduz, pelo dom do Espírito Santo, na filiação adotiva (cf. Gl 4, 4-6).” (Encíclica Lumen Fidei, 59)
“Se tu pensas em recuar, que seja em vista de um fortalecimento, de modo a, depois, seguir em frente. E quando decidires avançar, precisas, de antemão, ter certo aonde tu queres chegar, porque de recuos e avanços há, na vida, quem se canse. Algumas paradas, ao longo do caminho, é preciso realizar. Quem sempre caminha adiante e sem parar não encontrará na própria caminhada a razão de continuar. É árido todo o percurso que se faça sem objetivo claro o qual se pretende alcançar. A caminhada, contudo, por si mesma, não dá a razão de poder e querer avançar. O caminho é o meio, a caminhada é o momento, mas a razão precisa estar presente tanto no início quanto no que se intenta alcançar objetivamente. Sem clara razão, é vão continuar. Não há, sem razão, para que recuar ou avançar. Seria o mundo do sem sentido de viver por viver, apenas vegetar. Uma motivação clara, razão primeira que justifique o início da largada e o ponto de chegada, antes de teus passos efetivarem o percurso, é preciso encontrar. Do contrário, na aridez da insensatez, viver-se-á, quais passantes que fazem travessia, movidos pelo impulso de encontrar um espaço que não aquele que estejam, então, a ocupar.” (Pe. Airton Freire)
“Enamora-te do construtor e morador das tuas moradas, e a tua alma jamais se sentirá exilada, frustrada, mesmo que, exteriormente, os acontecimentos mostrem e queiram contrariar a certeza que tu trazes a partir de dentro; pois só ele é capaz de fazer acontecer o que ainda nem tem ser. Só ele é capaz de prover o que, por teu próprio esforço, não terás como levar adiante. Fortalece-te nele e a partir dele. Que ele se torne o teu confidente, o Senhor de tuas moradas, a chama de amor ardente, o coração misericordioso, de todos, o mais atraente. Deixa-te queimar por ele, trabalhar por ele. Dá-lhe espaço para que tu ganhes as suas asas, sua profundeza e entendas a sua razão. Vive por ele um tão nobre sentimento, que, mesmo em face de grande descontentamento, pulse mais por ele o teu coração intensamente. Hás que enamorar-te do construtor e morador mais importante de tuas moradas, e, para os espaços ainda não conquistados, ele te dará asas, fortalecendo, contudo, os teus pés, a fim de que não conheças revés. Pois, dor vindo a acontecer, será para podar o excesso que em ti houver, a fim de que, efetivamente, mais plenamente, o amor em ti possa acontecer.” (Pe. Airton Freire)