Foram escolhidos os homenageados com a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara. Criada em 2010, a premiação está em sua 7ª edição e é entregue anualmente pelo Senado a personalidades que tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos humanos. Serão cinco agraciados em 2016 e Pe. Airton Freire está entre eles.
O nome da premiação é uma homenagem ao bispo católico dom Hélder Câmara, um dos fundadores da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dom Hélder ficou conhecido pela defesa dos direitos humanos durante o regime militar. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
A escolha dos premiados é feita por um conselho composto por um representante de cada partido político com assento no Senado. A cerimônia de entrega da comenda ainda não tem data marcada.
Padre Airton Freire de Lima: Nascido em São José do Egito (PE), estudou Filosofia, Teologia e Psicologia, e foi ordenado padre em 1982. É presidente da Fundação Terra dos Servos de Deus, instituição não governamental que ajuda 2 mil moradores de comunidades por meio de cursos profissionalizantes e auxílios nas áreas da saúde, educação e moradia. As ações sociais desenvolvidas pela Fundação Terra dos Servos de Deus são viabilizadas integralmente por meio de doações individuais e de empresas, e ainda de recursos públicos oriundos de programas e projetos governamentais.
“Todo aquele que faz um percurso, ao longo de um ano, por exemplo, experimenta, com maior intensidade, pelo menos uma das estações: inverno, verão, outono e primavera. Cada uma delas, com sua dor e seu encanto, faz entender que o que hoje é amanhã não será. Tudo tem seu tempo. Tudo vem e traz consigo uma lição em seu momento. Mesmo para o que tu consideras de grande aridez – prolongado verão, longo deserto – vez haverá para que, em tempo devido, percebas bem próximo de ti o que, naturalmente, virá com a marca do dizer: “Oásis sou, estou aqui”. Isto equivale a dizer que, próximo a ti, oásis há com o qual poderás te encontrar também. Há em tudo uma lição. Tudo tem sua razão de ser e seu valor: seja gelo do inverno, em frio cortante; seja a primavera, em beleza como nunca antes vista; mesmo as chuvas do outono; em cores flamejantes, mesmo o verão, de luz e calor revigorantes – tudo isto tem seu limite e seu valor, sua dor e seu encanto. Que não se sinta tua alma, por ninguém ou por nada, suficientemente saciada, presa ou largada, pois tudo o que vem passa e sempre passará; só o amor com que tiveres vivido, intensamente, permanecerá. Qualquer fase que agora estejas vivendo – verão, outono, primavera, inverno – de forma branda ou intensamente, tem sua própria duração, e, por isso, eu te digo: a nenhuma dessas estações se sinta tua alma presa, encantada ou desolada; todas elas, convém viver intensamente, mas não te prendas a nenhum fruto deste momento. Entre o que passa, busca o que não passa (e o que não passa é permanente em qualquer estação). Consegue, então, identificar o maior valor que em ti há, esse que, ao longo de qualquer estação, é preciso preservar. Hás que neste valor permanecer por ser teu referencial estável do qual procede tua mais cara razão de ser. Sem ele, não tens razão para continuar.” (Pe. Airton Freire)