“Dificuldades sempre na vida haverás de ter. Terás, em qualquer situação, de administrá-las. Resolvido algo aqui, outra coisa precisarás resolver lá. A tua paz, por nenhuma dessas coisas, pode se perder. Aliás, a paz, nas tuas moradas, é a melhor parte que há de ser preservada, é o que de melhor trazes em ti. Mas não finjas não querer ver, já que tiveste condições de saber como fazer; pior seria se não soubesses e pego fosses de surpresa, em consequências que, agora, não terias, totalmente, como prever. Toma, portanto, posição: administra-te, primeiramente, com equilíbrio e toma uma firme, mas serena decisão. Se for para acontecer, cria as condições para que, em acontecendo, venha a permanecer. Se não for para acontecer, não vale a pena alimentar. Desgastes desnecessários alimentarias, e, afinal de contas, vindo a viver à revelia, em que isto, ainda mais, haveria de resultar? Sobre isso, convém pensar.” (Pe. Airton Freire)
“É preciso viver a transitoriedade das coisas, sabendo que, nelas, pode-se decidir o que é definitivo. Em meio à transitoriedade em que nós vivemos, existe algo que vai se formando, que vai se constituindo e que se mostrará, afinal, como linha mestra, como linha central, a face do que vivemos. Os instantes, as ocasiões, os momentos vividos formarão, no conjunto, o plano de tua vida, o objetivo que tu tens perseguido. Tu não podes viver, nos tempos de agora, administrando o sem sentido, como se administrasses o caos. Tu deves saber que, mesmo nas cicatrizes, a partir do teu posicionamento, no teu olhar, haverá, nisso, um sentido. Sentido em tudo que existe, ao menos como lição, há. Mesmo da dor fica a lição. Há sofrimento, até, que nos aproxima, que nos faz mais irmãos. O certo é que o tempo da provação, esse tempo passará, pois não fomos criados para sermos provados, testados, como se além disso esperança jamais houvesse, como sempre para a dor tivéssemos sido criados, dor que continua, dor que não cessa. Se for preciso, eu prefiro a dor a viver a ilusão. Se for preciso, eu prefiro viver a realidade, mesmo que nela eu cresça, a viver um faz de conta.” (Pe. Airton Freire)