“Lembra-te do que já foi dito: existem atos que palavras não desmentem. É preciso que o teu agir seja consequente. Não seria correto de tua parte fazer crescer para deixar, depois, morrer. Não seria correto de tua parte lançar sementes e, depois, deixá-las fenecer. Não seria correto se procedesses como aqueles que, por longas estações, trabalharam para conseguir alimento e, em determinado momento, sem que se apresentassem plausíveis razões, deixaram que tudo se perdesse por inanição. De ti são requeridos cuidados constantes. Tu cresces igualmente naquilo que fazes crescer. Tu morres igualmente ou parte de ti, ao menos, naquilo que tu deixas desaparecer e que, por sua própria natureza, mereceriam crescer.” (Pe. Airton)
“Permitir-se desenraigar-se, desvencilhar-se de antigos hábitos, não será fácil. Construir e não ter que repetir tudo o que, sem pensar, se repetiu até aqui, não será fácil conseguir. Costumes se formam, hábitos se criam também. Não se pode, pois, continuar a dizer sempre amém. Modos mais condizentes com o novo estilo de vida há de surgir. Modelos alheios não se tem que copiar. Soluções surgem de problemas; a todos eles pode-se subsistir. O ideal de vida simples, como é esperado e desejado, de braços cruzados não há de surgir. Preciso é que se dê início. Uma grande caminhada começa com pequenos passos. A vida simples está ao nosso alcance, bem aqui. Como será possível viver desta forma e enfrentar certas exigências da sociedade atualmente? A saída virá do bom senso das pessoas envolvidas, para quem as consequências do atual sistema de vida já foram por demais sentidas. Cada um saberá dizer onde, atualmente, doem seus próprios calos. A dor de sua dor cada qual já sabe o que é ter. A forma atual é que não dá para se manter. Exemplo: o estilo de vida simples se opõe a criar necessidades para poder se manter. Sim, mas sem ter não se vive, hão de dizer. Sim, mas, a finalidade de viver é ter? Em síntese: a vida simples desenvolve uma consciência que faz repensar valores, faz emergir e valorizar outros valores. Torna-se, portanto, critica em relação às normas que, atualmente, dirigem vidas, famílias e sociedades. Torna-se crítica em relação ao princípio de, em tudo, buscar tirar proveito, o máximo da saciedade.” (Pe. Airton)