“A partir de onde eu tenho que retomar, e refazer certas coisas e recomeçar? Por onde eu terei de agir? Que decisão eu preciso tomar para que não venha a sofrer grandes perdas por minhas demoras? Pois, eu sei que a hora já está adiantada, eu vivo o avançado da hora. E outras ocasiões e chances eu não posso perder, eu não posso largar. Eu tenho que me decidir, eu tenho que concluir. O inconcluso é a reprise dos fatos. Ninguém caminha para permanecer no ponto de partida. Aquilo que não é concluído é semelhante a algo que quer ir e ao mesmo tempo diz: fica. Aquilo que não se quer concluir é semelhante àquilo que diz ”vai” e, depois, diz “vem”; é semelhante àquilo a que deves dizer “não” e a que tu dizes “amém”; é parecer ter, quando se nada tem. Eu preciso concluir. Quantas vezes isto terei de repetir? Insisto e, novamente, preciso insistir. Eu preciso lá chegar; do contrario, eu me perceberei rodando sobre o mesmo ponto. Anos e anos… e eu no eterno retorno que me causa tanto desencanto, que me faz calar meus cantos e meus encantos e, no fina de todos cantos eu ainda direi: nada mais a contar, nada mais a cantar, nada mais a me encantar, nada mais há.” (Pe. Airton)