“Quando tua vida se tornar plena de sentido, tu povoarás teus dias de alegria e de não menos provações também. Quando tu povoares tua vida de sentido, tu entenderás o sentido de viver e de amar, de sofrer e de chorar, da separação e da presença, da quietude e da inquietação. Tu entenderás. Porque nada ficará fora do sentido de que a tua vida será povoada. Saibas tu que, numa vida plena, todos os seus momentos estão integrados, mesmo aqueles dos quais se tira uma lição. Integra, pois, num único rumo, numa única direção, sem dispersão, o que viveres, intensamente, aqui. Busca, na verdade de tua alma, que, na integridade de tua identidade, não haja divisão entre o que sentes e o que fazes, entre o que expressas e o que acreditas. Pois seria grande dor para ti acreditar em algo que não pudesses expressar ou que expressasses aquilo em que não pudesses acreditar. Tu viverias os anos de tua vida representando. Para quem? Para ti mesmo? Para outros? Se para outros representares, que recompensa terias nisso? Digamos que o seu reconhecimento. Mas de que te vale o reconhecimento de outros, se, aos poucos, tu morres a cada dia? Melhor será que a cada dia tu vivas, mesmo que tenhas de pagar um preço por isso. Maior ou menor preço terás de pagar ao longo de tua vida; importa que o saldo final seja positivo. Que tu possas dizer, como disse São Paulo: “Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé” (II Tm 4,7).” (Pe. Airton)
“Tantas são as opções que se apresentam, que difícil se torna saber qual a decisão a tomar. Estamos num período em que o ato de tomar decisões ganha força e peso demasiadamente fortes. Uma chance perdida é mais uma chance que deveremos recuperar adiante, se quisermos recuperar. Uma oportunidade não aproveitada é menos uma oportunidade em razão de outros passos que poderíamos dar. Mas quem vive e crê (e viver já é um ato de fé) precisa ter, ainda, que optar. E, se vivemos, precisamos discernir, para que não fiquemos ao sabor do momento, à mercê das circunstâncias. Sem discernir, seguiríamos em frente, sem outra escolha senão ir administrando o que nos traria o tempo, seguindo as estações, acumulando dias, somando datas, e, quando tivéssemos tempo, descansar para, outra vez, recomeçar. É preciso discernir. Só que nós aprendemos dos grandes santos, místicos, que as grandes decisões não são tomadas em períodos de grandes consolações nem de grandes desolações, porque se corre o risco de não levá-las adiante. ‘O que vou fazer agora?’. Apresento-te uma sugestão. Busca ficar diante do Senhor e, no silêncio, tenta responder e escrever: ‘Como eu estou? O que ocupa meus pensamentos? O que está em minhas intenções? De que mais me ocupo? Onde residem minhas maiores dúvidas?’. Escreve isso que nós chamamos de tua situação existencial. Depois que escreveres, da forma como te vier, procura grifar as expressões que para ti são mais significativas ou os elementos que, para ti, são os mais significantes. E, feito isso, tu vais te perguntar, num terceiro momento: ‘O que eu preciso discernir? No meio de todas essas coisas, o que eu estou precisando discernir?’.” (Pe. Airton)