“Tu sabes, por tua própria experiência de vida, que nem tudo o que junta soma. Há coisas que permanecem, uma em relação à outra, em justaposição, como água e óleo, pois a natureza de cada uma delas é distinta, e elas não se conciliam. Por isso, a primeira coisa a se tratar, para aqueles que querem bem conviver, que são aqueles que se destinam a viver guiados pelo que significa a palavra amar, é tentar discernir para, depois, ter que optar; porque há coisas que andam juntas, mas não se misturam; há coisas que, mesmo próximas, estão separadas; e há coisas que, mesmo perto, não estão aliadas. É preciso ter que discernir para poder prosseguir, para depois não se vir a se arrepender. É preciso saber o que tem a ver com o que, para não se perder tempo, para não se vir a sofrer. Por isso, se algo em ti provoca um certo mal-estar, inquietação, há que se verificar a razão, há que se verificar a quantas anda a relação entre mente e coração, para que não sofras nem a frieza da razão nem a tirania da paixão. É preciso discernir e, por vezes, para discernir, é preciso ter que parar, a fim de recomeçar e retomar os pontos que, da forma como vêm sendo, não poderão mais continuar. Há certas coisas que é preciso saber de antemão, sem o que seremos semelhantes a um carro que caminha à contramão. Que não venhas tu a cair com teus próprios pés, nem venhas tu a sofrer o que, por tuas próprias decisões, haveria de te causar revés. Há coisas para as quais tu já vives o adiantado da hora, e há certas coisas em relação às quais tu precisas se decidir sem demora. ” (Pe. Airton)