“Há coisas que, no tempo de agora, não podemos compreender. Há coisas que, só tardiamente, haveremos de saber a razão de terem ocorrido. Enquanto isso não vem a acontecer, uma resposta adequada há de se dar, pois, afinal de contas, com qualidade de vida é preciso viver. Há que se estar preparado para certas eventualidades, venham elas ao encontro ou de encontro à nossa própria vontade. Há coisas que estão acontecendo, e não sabes como fazer para que elas possam se desenvolver a fim de que a bom termo possam chegar. Há outras coisas que até fogem ao teu controle. Contra elas, trabalhas longamentee não logras sucesso, não vindo ao caso saber se isso mereces ou desmereces. Pessoas há que nunca se negaram a fazer o bem acontecer, e há outras que, mesmo tendo condições, fizeram questão de negar, firmaram posição contrária, a fim tão somente de contrariar, como se residisse nisso um desejo firmado de não querer colaborar. Razões nem sempre razoáveis para isto há dentro ou fora de si. Pois, considerando-se o que se traz consigo – presta bem atenção ao que te digo -, razões maiores existem para que tudo já tivesse sido resolvido. Todavia, insiste-se, persiste-se em não querer largar posições contrárias. A dificuldade para isto, em sua raiz, onde está? O que se há de fazer para que, depois de um tempo, haja condições de se resolver? Com certeza, o passo primeiro é querer. Experimentando o limite da humana condição, nós temos a exata compreensão de que, sozinhos, a bom termo não poderemos chegar. Existe, tanto a nível pessoal como inter-relacional, um quê de impossibilidade de certas questões, por si mesmas, poderem-se ultrapassar, como se houvesse um fechamento, uma posição contrária que não permitisse viver o novo, o diferente. Mesmo querendo, há uma soma, um dividendo que bloqueia o que se tenha planejado levar a termo consequentemente.” (Pe. Airton Freire)