“Servir com alegria é desafio para nós, mormente em situações em que temos de superar limites, aqueles de nosso próprio ser. Limites são, por vezes, desafios, esses diante dos quais somos colocados e que de nós exigem clareza de posicionamento, firmeza no proceder. Melhor serve quem mais ama. Mais ama quem, mais intensamente, a luz de Deus deixa aparecer. Servir, repita-se, é uma forma de amar e de agradecer. Servir efetivamente não é necessariamente, de frequente, ter o que fazer. Servir é, necessariamente, fazer o que efetivamente expressa o ser de quem faz e resulta num bem que será, com certeza, bem maior que o que, inicialmente, intencionava-se fazer. Os que somente fazem são bem ou malfeitores, os que trazem alegria ou dores; os que servem são servos do Bem que em tudo há, servos de Deus, os que produzem frutos, estes que hão de permanecer, hão de ficar. Servir não visa tão só alcançar um resultado imediato. Serve-se, também, em vista da posteridade como fim a ser alcançado, uma vez que nossos atos, com o que está além do que intencionamos fazer, estão ligados. Servir confere sentido ao ato de existir. Servir, igualmente, precisamos aos que a este mundo estão chegando, bem como aos que esta terra estão deixando. Servir possibilita celebrar a vida com alegrias e dores que dela possam advir. Servir é a via mais direta para se inaugurar o bem na comunidade humana, é meio ímpar de se combater, com o bem, o mal hediondo. Servir, por amor inspirado, é a versão efetiva do que se entende ser a caridade.” (Pe. Airton Freire)
“Busca o Senhor na intimidade do teu coração e não sejas tu apenas de oração, mas orante em todas as tuas circunstâncias e momentos, quer na alegria, quer na dor, com intensidade de amor verdadeiro, clareza de entendimento do que teu amor por ele é capaz. Só ele é que plenamente te satisfaz (cf. Ap 7,16). E, embora vivendo diversos momentos, embora na tua vida estejas passando por diferentes estações, constante em ti há de ser a oração. Viver nele, por ele e para ele, já que nele, por ele e para ele foste criado. Sem ele, deixarás de ser servo; serás vassalo. Como criado, servirás aos teus próprios atos, cairás de tropeço por tuas próprias ilusões. Sem ele, viverás a sequiosidade dos que bebem a água e não matam a sede; comerás o pão sem fortalecer-te o corpo, tampouco a alma; perderás a comunhão.” (Pe. Airton Freire)