“Se a esperança de ti se fizer acompanhada, a tua alma, mesmo nas crises, não se sentirá abandonada. A esperança espanta a ânsia, torna a alma alentada, qual se sentem os que, com o alimento, refazem-se após longa caminhada. Que ela se faça tua mais cara companhia, e, por ela, acredita, terminada a noite, virá o dia, embora aos teus olhos não seja isto claro. Dela, enamore-se o teu coração; por ela, equilibre-se a tua mente, e, em meio a malogro ou a aplausos, sê digno do que traz o seu nome. Se tua alma, por alguma razão, sentir-se cansada; se a luta te parecer demasiadamente pesada, lembra-te desta verdade que, como pergunta, coloco-te: conheces, por acaso, alguma estação que dure para sempre? Tu conheces algum ato, pensado ou não, que não traga consigo alguma consequência? Tu sabes que, por momentos não pensados, paga-se caro, e coisas longamente construídas podem terminar em um só momento? Passado o momento de privação ou inquietação, verás a grandeza do teu momento presente. O melhor que tens ainda a construir dependerá de como estiveres administrando este teu atual momento. Eu te peço que não te fixes demasiadamente em nenhuma estação, seja ela outono, inverno, primavera ou verão. Tudo vem com o seu tempo e lição, tudo tem sua dor e seu encanto, tudo pode ou não acontecer. Estejas, pois, preparado tanto para o planejado quanto para as eventualidades, pois o inesperado é a variável possível do planejado. A estação que estás vivendo, esse tempo que estás atravessando, traz consigo algo de positivo que é preciso ser percebido, sob pena de, assim não fazendo, continuares à procura de outros achados, em busca de novos sentidos.” (Pe. Airton Freire)
Sexto dia de peregrinação
Curvei-me na porta da humildade e entrei na Igreja da Natividade aqui em Belém de Judá – hoje, sob autoridade Palestina – para minha grande surpresa, os Três já estavam me esperando logo na entrada desse local. Imagine minha alegria ao vê-los em tamanha claridade!!!
Cumprimentamo-nos com o olhar e acredito que até sorri de contentamento.
Pena que as fotos não mostrem como eles estavam, enquanto eu me sentava, esperando começar a Santa missa com os demais peregrinos da Terra Santa!!!
Alguns outros acompanharam os Três primeiros e, novamente, digo ser uma enorme pena que as fotos mostrem apenas um corredor vazio onde muitos deles estavam.
Visitamos o lugar do nascimento de Jesus, marcado por uma estrela de prata. Ali, ajoelhamo-nos e, depois, no local onde o recém-nascido foi posto, fizemos o mesmo.
Sai, rapidamente, devido a tão grande número de muitos e muitos e muitos… deles que ali chegaram. Contudo, na parte inferior, para onde seguimos, logo em seguida, apenas Um me acompanhou e tendo me sentado num banco de pedra, na capela de São Jerônimo, enquanto, silenciosamente, rezava, o primeiro, começou a falar-me, dizendo-me das provações e alegrias nos próximos três anos.
Após termos rezado a misericórdia no mesmo local onde almoçamos, voltamos ao campo dos pastores.
Eu caminhava à frente do grupo, junto com outro servo chamado Vinicius.
Um deles e, depois, o Outro, dispuseram- se a responder as perguntas que Vinicius lhe fizesse. Perguntas feitas e respondidas. E seguimos até a capela que fica em frente, onde cantamos e rezamos, antes de descermos para uma das grutas e falarmos um pouco sobre os pastores da época de Jesus.
De volta ao local onde hospedados estamos, escutei mais 12 pessoas hoje.
Fomos jantar.
Recolhemo-nos.
Assim foi o dia de hoje.
Em Israel, está terminando, a estas horas, o dia do perdão – יוֹם כִּיפּוּר –
Deste teu servo
In Christo,
Padre Airton