“Existe, no âmago da realidade, uma mutação permanente. O que para nós, agora, toma vulto, já aconteceu um dia, minimamente. Estamos, hoje, no curso de um processo de mudança frequente. Passamos por transformações, superposição de experiências, impressões, desejos contidos, realizados, mantidos por acontecimentos frustrantes, gratificantes… Os mesmos não somos agora, comparáveis ao que já fomos antes. Somos parte desta mesma realidade com a qual nós nos integramos ou nos desintegramos a partir de fora ou a partir de dentro. O estado em que vivemos, atualmente, é tão inacabado quanto os períodos de crises em que já estivemos. Tudo flui em mudança permanente. Paradisíaco estado de vida, enquanto formos vivos, apenas no desejo pode-se manter. Se o que vivemos fosse já de total acabamento, não teríamos mais razão de ser e de viver. A própria vida traz, no seu seio, uma mudança permanente. Aonde quer que cheguemos, estaremos no início de uma nova estação, em vista de superação de limites, rumo ao um novo tempo.” (Pe. Airton)