“É preciso viver a transitoriedade das coisas, sabendo que, nelas, pode-se decidir o que é definitivo. Em meio à transitoriedade em que nós vivemos, existe algo que vai se formando, que vai se constituindo e que se mostrará, afinal, como linha mestra, como linha central, a face do que vivemos. Os instantes, as ocasiões, os momentos vividos formarão, no conjunto, o plano de tua vida, o objetivo que tu tens perseguido. Tu não podes viver, nos tempos de agora, administrando o sem sentido, como se administrasses o caos. Tu deves saber que, mesmo nas cicatrizes, a partir do teu posicionamento, no teu olhar, haverá, nisso, um sentido. Sentido em tudo que existe, ao menos como lição, há. Mesmo da dor, fica a lição. Há sofrimento que nos aproxima, que nos faz mais irmãos. O certo é que o tempo da provação, esse tempo passará, pois não fomos criados para sermos provados, testados, como se além disso esperança jamais houvesse, como se sempre para a dor tivéssemos sido criados, dor que continua, dor que não cessa. Se for preciso, eu prefiro a dor a viver a ilusão. Se for preciso, eu prefiro viver a realidade, onde eu cresço, a viver um faz de conta.” (Pe. Airton)