Por que nós jejuamos? Jejuamos por vários motivos, é número 3.
O primeiro, porque o Senhor Jesus nos disse que, certas coisas, só são resolvidas no jejum e na oração.
Segundo motivo: nossa solidariedade com os que passam fome. A gente é solidário com aqueles que são privados de alimento, quase sempre. Por isso, o fruto do nosso jejum há de ser distribuido ente os mais necessitados.
Terceiro motivo: que a gente possa sentir no corpo o quanto a alma se ressente quando se afasta do seu alimento, que é Deus. Por esse motivo, ou pelo menos por esses três motivos, é que nós jejuamos.
Jejuar não é passar fome. Jejuar é um gesto religioso, uma atitute religiosa, uma oferenda de si mesmo a Deus.
(Pe. Airton Freire)
“Neste dia, disse Papa Francisco, Quarta-feira das Cinzas, entramos no Tempo litúrgico da Quaresma. Hoje quero falar-vos da Quaresma como caminho da esperança”. De fato, observou o Santo Padre, a Quaresma foi instituída na Igreja como tempo de preparação para a Páscoa, e portanto todo o sentido deste período de 40 dias tem no mistério pascal a sua fonte de luz ao qual está orientado.
“Podemos imaginar o Senhor Ressuscitado que nos chama a sair das nossas trevas e caminharmos em direção à Ele, que é a Luz. A Quaresma é um período de penitência, também de mortificação, mas não um fim em si mesmo; é um fim finalizado a fazer-nos ressuscitar com Cristo, a renovar a nossa identidade batismal, isto é, a renascer novamente do alto, do amor de Deus. Eis porque a Quaresma é por sua natureza, tempo de esperança.”
“Para entender melhor o significado de tudo isso, devemos fazer referência à experiência fundamental do Êxodo do povo de Israel, que Deus libertou da escravidão do Egito, por meio de Moisés, e guiou durante quarenta anos no deserto até entrar na Terra da liberdade. Foi um período longo e conturbado, cheio de obstáculos, em que, muitas vezes, o povo se viu tentado a desistir e voltar para o Egito.”
De fato, todo o caminho foi percorrido na esperança de chegar a terra prometida, e neste sentido foi um autêntico êxodo, uma saída da escravidão para a liberdade. “Cada passo, cada fadiga, cada queda e cada retomada, tudo tinha sentido só no seio do desígnio de salvação de Deus, que quer a vida e não a morte para o seu povo, a alegria e não a dor.”
“A Páscoa de Jesus, afirma ainda o Papa, é o seu êxodo. Para nos salvar, Jesus teve que se humilhar, fazendo-se obediente até à morte na Cruz, libertando-nos, assim, da escravidão do pecado. Desse modo, Jesus nos indica o caminho da nossa peregrinação pelo deserto da vida, um caminho exigente, mas cheio de esperança. Isto significa que a nossa salvação é certamente um dom, mas pois que se trata de uma história de amor, requer o nosso sim e a nossa participação como nos demonstra a nossa Mãe Maria e depois dela todos os santos.”
“A Quaresma vive desta dinâmica: Cristo nos precede com o seu êxodo, e nós atravessamos o deserto graças à Ele e atrás d’Ele. Ele é tentado por nós e venceu o Tentador por nós, mas também nós devemos com Ele enfrentar as tentações e superá-las. Ele nos dá a água viva do seu Espírito e a nós cabe a tarefa de procurar beber da sua fonte, nos Sacramentos, na oração, na adoração; Ele é a luz que vence as trevas, e nós somos chamados a alimentar a pequena chama da luz que nos fora confiada no dia do nosso Batismo. Com o coração aberto para este horizonte, entramos na Quaresma, sentindo-nos parte do povo santo de Deus, iniciamos com alegria este caminho de esperança.” (Papa Francisco)